Dados da Associação Internacional Alzheimers Disease Internacional (ADI), com sede na Inglaterra, apontam que atualmente há cerca de 36 milhões de indivíduos portadores do Mal de Alzheimer. Para 2030, a previsão é que o número aumente 85%. A estimativa revela que a América Latina tropical, onde está localizado o Brasil, será a região com maior aumento percentual, cerca de 146%.
Atualmente, é responsável por 60% dos casos de demência em idosos. Cerca de 5% dos brasileiros com mais 65 anos sofrem de Alzheimer. A estimativa é de que atualmente cerca de 1,2 milhão de brasileiros sejam portadores da doença degenerativa, sendo que muitas delas ainda não foram diagnosticadas.
Com a evolução da doença, o idoso com Alzheimer apresenta uma deterioração progressiva e irreversível de suas funções intelectuais, comunicação e capacidade de realizar suas tarefas cotidianas. Após o diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de oito a dez anos.
A causa específica do Alzheimer ainda não é conhecida, assim como sua cura. O tratamento visa atenuar os sintomas e garantir um mínimo de qualidade da vida ao portador da doença.
Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já prevê que o número de casos de demência, e consequentemente, de Alzheimer, irá mais que dobrar até 2050. Na América Latina, esse aumento irá ultrapassar os 500%. Conhecer melhor a doença pode não prepará-lo para o seu aparecimento, mas com certeza ajudará na forma de lidar com ela.
Sintomas – A doença neurológica degenerativa afeta a memória, fala e a noção de espaço e tempo do indivíduo, podendo provocar apatia, delírios e, em alguns casos, comportamento agressivo. Um dos primeiros sintomas é a perda de memória para fatos recentes. Depois, ocorre a desorientação quanto a lugares e datas e mudança de humor e comportamento – irritabilidade e agressividade. Na fase avançada, a pessoa pode ter alucinações, dificuldade na fala e na alimentação. Além disso, pode não reconhecer mais os familiares e torna-se totalmente dependente.
Diagnóstico – Se dá através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), teste cognitivo (miniexame do estado mental, teste do relógio, teste de fluência verbal), e posteriormente por meio de exames laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética).
Principais grupos e fatores de risco – Em geral, a doença de Alzheimer afeta pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início por volta dos 50 anos. As causas da doença não são totalmente conhecidas, alguns estudos citam fatores importantes para o desenvolvimento da doença como: pré-disposição genética, escolaridade, hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e idade avançada.
Tratamento – Ao apresentar qualquer um dos sintomas, o paciente deve buscar um neurologista para ser avaliado. O tratamento visa retardar o máximo possível a evolução da doença e orientar a família sobre a evolução da mesma.
Prevenção – Pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, sugere sete medidas que podem evitar milhões de casos de Alzheimer em todo o mundo. Os fatores são ligados a estilo de vida: não fumar, ter uma dieta saudável, prevenir o diabetes, controlar a pressão arterial, combater a depressão, fazer mais atividades físicas e aumentar o nível de educação. Para os cientistas, metade dos casos da doença no mundo se devem a falta destas medidas de saúde e basta uma redução de 25% nos sete fatores de risco para evitar até 3 milhões de casos.
Fonte: Thiago Monaco, geriatra, professor doutor da Disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da UniNove.