No mundo, mais de 17 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de doenças cardiovasculares. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que relata ainda que esses problemas representem a maior causa de mortes no Brasil, com cerca de 360 mil casos anuais.
De acordo com o cardiologista do HCor – Hospital do Coração, Leopoldo Piegas, as mulheres estão a cada ano mais expostas ao risco, pois cerca de 40% apresentam aumento da cintura abdominal, mais de 20% fumam, 18% são ex-fumantes, 23% têm seus níveis de pressão arterial acima do preconizado e 21% possuem alteração dos níveis de colesterol, além de estarem cada vez mais inseridas no mercado de trabalho e, portanto, acumulam o estresse do trabalho com o dos cuidados da família, comprometendo em muito a qualidade de vida.
As mulheres ganham cada vez mais espaço dentro dessa estatística. Atualmente, cerca de 30% dos casos de infarto têm mulheres como vítimas. Estudos constatam que elas têm uma chance maior de morte depois de instalado o Infarto. No Brasil, mais de 200 mulheres morrem por dia vítimas de infarto, sendo as cardio e cerebrovasculares a principal causa de morte entre elas, chegando a matar seis vezes mais que o câncer de mama, onde temos campanhas já bem estabelecidas.
“O tabagismo, a falta de atividade física regrada, a bebida e alimentos não saudáveis com altos índices de colesterol e gordura, contribuem no entupimento das artérias coronárias. É o cenário perfeito para um infarto ou um derrame”, esclarece Dr. Piegas.
O fato das mulheres possuírem artérias menos calibrosas e, geralmente, desenvolverem a doença coronariana em idades mais avançadas dificultam o tratamento; e, além disso, os sintomas às vezes são mais insidiosos e, portanto, de difícil identificação e diagnóstico.
Risco que aumenta a probabilidade de infarto nas mulheres: a associação da pílula anticoncepcional com o cigarro representa uma das maiores causas de infarto em mulheres jovens, em idade fértil, aumentando o risco delas em até cinco vezes.
“A combinação do estrogênio semi-sintético com o cigarro pode levar a formação de coágulos nas artérias e veias, interrompendo a irrigação do músculo cardíaco e levando-o ao infarto. Também cresce a chance de doenças vasculares periféricas, como varizes, tromboses e até o AVC (acidente vascular cerebral), conhecido como derrame”, explica o especialista do HCor.
As mulheres têm mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares: as mulheres costumam sofrer mais risco de terem problemas cardíacos na maturidade, a partir dos 40 anos, mas principalmente após os 50, quando chegam à menopausa.
A partir desse período, diminui a produção do estrogênio, um protetor da saúde feminina. Fabricados pelo próprio corpo da mulher, produzido pelos ovários, são grandes aliados do coração, porque estimulam a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo. Após a menopausa, a proteção hormonal oferecida pelo estrogênio começa a cessar, aumentando as chances de doenças cardiovasculares.
Cuidados que garantem a saúde e o bem-estar: além de evitar o cigarro, é fundamental realizar avaliações médicas periódicas para detecção de fatores de risco cardiovasculares como a pressão alta, o diabetes e as alterações do colesterol, a partir dos 30 anos de idade pelo menos.
“O controle da alimentação, aumentando o consumo de frutas, legumes e verduras, melhora a saúde e ajuda a controlar o peso. Estes hábitos devem ser multiplicados aos filhos, para que eles cresçam de maneira saudável”, orienta Dr. Piegas.
Para o especialista do HCor, o consumo excessivo de sal e bebidas também deve ser evitado e fazer exercícios é fundamental. Uma caminhada diária de 30 minutos, por exemplo, é ótima, ajuda no condicionamento, na queima das calorias, na redução da pressão arterial e dos níveis de glicose e colesterol no sangue, diminuindo assim o risco de um futuro infarto do miocárdio ou derrame cerebral.
30% dos casos de infarto têm mulheres como vítimas
abr 22, 2015 | Dr. Hugo, AVC, cigarro, coração, doença coronária, infarto, menopausa, pílula, saúde da mulher, stress
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