Os ingredientes mais efetivos nos dermocosméticos são os ácidos, que atuam como coringa, tratando de acne a rugas, de manchas a flacidez. Mas com a chegada do verão, é hora de dizer adeus ou diminuir consideravelmente o uso deles (ácidos retinoico, glicólico, salicílico e mandélico), porque eles são fotossensíveis – e isso significa que podem manchar ou irritar a pele na presença do sol ou calor. Então, agora é hora de investir em ácidos eficazes (mas menos irritantes) ou em outras estratégias para manter a pele renovada. “O melhor a fazer é consultar um dermatologista que prescreverá o melhor tratamento de acordo com o que sua pele precisa”, afirma o Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Abaixo, consultamos médicos especialistas para que você saiba tudo que pode fazer agora para continuar com um bom tratamento anti-idade nas altas temperaturas:
Aposte na Vitamina C. “A Vitamina C pode ser usada durante todo o ano, mas reforçamos o seu uso no verão, pois é quando os raios ultravioletas e o calor causam mais radicais livres e danos à pele, então esse reforço é fundamental para conquistar uma pele mais bonita e saudável. Além disso, no verão, usamos menos ácidos e substâncias clareadoras fotossensíveis, então a Vitamina C é um caminho importante para tratar as manchas nas altas temperaturas”, diz o Dr. Lucas Fustinoni, médico divulgador científico nas áreas de Tricologia e Estética, Fellowship de Estética em Miami e membro da World Trichology Society. “A Vitamina C possui ação reparadora, já que, devido a sua alta propriedade antioxidante, protege a pele contra os estragos da oxidação causada pelos radicais livres, prevenindo assim o envelhecimento precoce. O ativo também ajuda a amenizar rugas e linhas de expressão, visto que é um dos fatores essenciais na síntese de colágeno, substância que confere sustentação à pele, mantendo-a jovem, bonita e saudável. Além disso, a Vitamina C ainda é capaz de uniformizar o tom de pele, clareando e prevenindo manchas ao inibir a enzima que causa as alterações, e hidratar e proteger o tecido cutâneo, já que também age fortalecendo a barreira da pele”, acrescenta o especialista.
É fundamental usar o fotoprotetor. Segundo o Dr. Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica Gru Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, antes de se preocupar com uma rotina que contenha ácidos e antioxidantes, devemos ter o hábito do uso regular do filtro solar. “Ele é o creme antienvelhecimento mais importante. Além disso, preservar a barreira cutânea é fundamental para manter a pele saudável”, afirma o dermatologista. Anteriormente ao uso do fotoprotetor, é possível aplicar um produto com Vitamina C. “Esse ingrediente aumenta a proteção da pele contra a radiação UV e tem ação contrária a imunossupressão causada por essa radiação. Também é conhecida pelo seu efeito anti-inflamatório”, acrescenta o Dr. Daniel Cassiano.
Invista nos manipulados. O dano solar pode ser altamente influenciado pela nossa genética. “Por exemplo, o genótipo do gene MMP1 está relacionado a uma degradação do colágeno oito vezes maior que o normal após a exposição solar. Existe também o genótipo do gene COL1A1, ligado à menor produção de colágeno. É possível ver, além disso, a carência de genótipos de genes como SOD2 e CAT, o que compromete a capacidade antioxidante da pele em responder bem contra a ação dos radicais livres”, afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética e diretor geral Multigene. Ou seja, essas características predispõem o paciente a ter mais rugas e sofrer mais com o fotoenvelhecimento. “Existem substâncias que podem agir para prevenir essas alterações. Usar cremes com antioxidantes como OTZ 10, Superox C e Alistin é uma boa opção. O médico pode também indicar cápsulas orais com Exsynutriment e In.Cell para um tratamento completo dessas alterações, na medida em que as substâncias são responsáveis por uma maior produção de colágeno”, afirma a farmacêutica Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos.
Combine diferentes pesos moleculares de Ácido Hialurônico. Esse ácido é uma glicosaminoglicana e faz parte da matriz extracelular, onde ficam as fibras do colágeno e elastina. “Com o avanço da idade, o ácido hialurônico diminui, reduzindo também a hidratação e elasticidade da pele. Então, quando existe falta de ácido hialurônico, há desidratação da pele, tendência à flacidez, formam-se rugas, sulcos e perda de luminosidade”, explica o dermatologista Dr. Abdo. A Buona Vita, por exemplo, conta com o 4D, um sérum preenchedor de rugas e linhas de expressão. “Além de quatro ácidos hialurônicos de diferentes pesos moleculares, o produto traz Sculptessence, que estimula a síntese de glicosaminoglicanas, proteínas estruturais de resistência, flexibilidade e elasticidade da pele”, afirma Isabel Piatti, Consultora Executiva em Estética e Inovação Cosmética e conselheira do Comitê Técnico de Inovação da Buona Vita.
Estimule colágeno com tecnologias. Com a vantagem de não tirar o paciente da rotina, o Ultrassom 3D Solon é um ultrassom micro e macrofocado que trata pontos específicos, já que sua tecnologia 3D permite ajustar exatamente a profundidade onde o aparelho vai agir e o tamanho do dano térmico. “Isso permite um tratamento muito mais eficaz, na medida em que modulamos o tanto de contração do músculo e pele para o aparelho conseguir estimular mais colágeno com mais eficácia e menos dor”, diz o dermatologista Dr. Abdo. “Como age no músculo, o Ultrassom 3D Solon faz o skin tightening (deixando a pele mais próxima do músculo). Na sessão, o paciente sente pouca dor, por conta da alta performance do aparelho, mas o incômodo é menor que outros ultrassons do mercado”, diz o Dr. Abdo Salomão. O médico indica uma média de três sessões mensais, dependendo do grau de flacidez de pele do paciente, mas na primeira sessão já é possível ver resultados.