Mesmo não expondo a pele aos agressores ambientais, por conta do isolamento social em virtude do Novo Coronavírus, nossa pele ainda sofre com as baixas temperaturas e o tempo seco, características do tempo mais frio. “Como a pele produz menos oleosidade natural, o ressecamento, a descamação, a sensação de incômodo e até a vermelhidão aparecem principalmente na pele do rosto”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“A pele, quando não é cuidada de maneira propícia no frio, reflete diretamente, ficando mais avermelhada e irritada, ressecada, pelo baixo grau de umidade que temos neste período, sendo necessários cuidados especiais”, acrescenta.
Para evitar alguns problemas, selecionamos aqui alguns erros básicos que devem ser evitados:
1. Não passar protetor solar — Não tem jeito, o fotoprotetor é de uso diário e eterno: “A radiação ultravioleta, também no inverno, provoca danos que comprometem a estrutura de sustentação da pele, causando o aparecimento precoce de rugas e flacidez, além das manchas como reação à fotoexposição. E mesmo dentro de casa, já que ela ultrapassa vidros e janelas. A orientação continua a ser a de reaplicar o fotoprotetor de quatro em quatro horas em ambientes fechados. O filtro deve ter dióxido de titânio ou óxido de zinco na formulação: esses são bloqueadores físicos importantes”, explica.
2. Esquecer dos hidratantes e cremes reparadores — O ideal é buscar produtos cujos veículos sejam à base de Fosfolipídeos, que formam uma segunda pele e protegem a pele de forma mais efetiva diminuindo a perda de água por evaporação. “O ácido hialurônico de alto e baixo peso molecular associados são indicados para estimular a produção de hidratação natural em todas as camadas da pele”, comenta. Com relação aos cremes reparadores, a médica diz que eles são fundamentais e podem ser usados à noite. “Não podemos esquecer dos antioxidantes que são substâncias com capacidade de reparo celular e que atuam contra os radicais livres, que são produzidos também por conta da má alimentação típica desse período em casa”, comenta.
3. Esquecer dos pés, mãos e corpo — Hidratar essas regiões é fundamental. “No caso dos pés, passar o hidratante à base de ureia e glicerina e cobrir com plástico filme ajuda a pele a absorver o produto mais facilmente. Nas mãos, invista nos ácidos hialurônicos. No corpo, a hidrataçào deve ser eficiente e diária”, indica a médica.
4. Abusar dos retinóides — Para tratamento de acne, manchas e rejuvenescimento facial, os retinóides são excelentes opções — e geralmente são prescritos no outono e inverno. “Mas eles devem ser usados com parcimônia e orientados por dermatologistas. Seu uso contínuo pode causar hipersensibilidade cutânea, vermelhidão e irritabilidade”, alerta a especialista. Dependendo da sensibilidade da pele, algumas substâncias podem ser usadas como alternativas naturais, mas o melhor é consultar seu médico por telemedicina para saber a melhor opção.
5. Tomar banhos muito quentes — Ficar mais de 15 minutos em uma ducha quente é mais que o suficiente para comprometer a camada hidrolipídica da pele, que segura a hidratação. “Dessa forma, a pele perde seu manto lipídico, o que compromete sua função de barreira. O ideal é banho morno e logo após o banho hidratar a pele”, finaliza.