Esmaltes e maquiagem. Dois dos cosméticos mais procurados pelas mulheres quando o assunto é embelezar o visual. Na hora da compra, muitas apelam para as crenças que permeiam o universo feminino – acreditar, por exemplo, que determinadas cores de esmaltes deixam as unhas esbranquiçadas e quebradiças ou que o uso de maquiagem infantil deixa a pessoa livre de alergias. Muitas das questões são verdadeiras e podem ajudar a evitar danos à saúde. Outras, todavia, não passam de mitos.
Pintar unhas com cores escuras ou deixá-las sem esmaltes para que elas possam respirar são impressões equivocadas e não têm relação com possíveis alergias. Segundo o dermatologista Emerson de Andrade Lima, estas dermatites de contato estão relacionadas, na maioria das vezes, com substâncias presentes na composição dos esmaltes.
“Os esmaltes convencionais possuem tolueno, benzeno e formaldeído – substâncias agressivas às unhas. Além de enfraquecê-las, são extremamente perigosas para pessoas com sensibilidade nesta área”, explica o especialista.
Sintomas diversos
O diagnóstico, no entanto, nem sempre é fácil. Pacientes com alergias a esmaltes geralmente apresentam sintomas diferentes, como irritação nas pálpebras e coceira em regiões que entram em contato com as mãos – a exemplo do pescoço, rosto e dos braços. “Muitas vezes, a pessoa pensa que o problema está relacionado à maquiagem ou outras doenças de pele. Por isso a importância de um teste completo de alergia”, ressalta o dermatologista.
Para escapar desse problema, a dica é usar esmaltes hipoalergênicos e que contenham resinas de poliéster alquila. Evitar o uso de acetona para remoção da cor também é importante. “Removedores à base de acetona causam desidratação nas unhas e podem piorar o quadro clínico. A dica é usar aqueles sem acetona em sua composição, encontrados em qualquer farmácia”, alerta Emerson de Andrade Lima. As unhas acrílicas são outro alvo da dermatologia no combate às alergias. “Elas têm uma combinação de monômero e polímero acrílicos, substâncias que podem piorar a fragilidade da unha e provocar reações eczematosas”, explica.
Já no que diz respeito à maquiagem, outras dúvidas pairam naquelas que adoram estes cosméticos. A ideia de que usar produtos destinados a crianças não causa alergia é um mito, assim como pensar que por usar o mesmo produto por muito tempo deixa o organismo imune a lesões. “A maquiagem infantil, apesar de atóxica, pode sim provocar dermatites de contato, principalmente se usada repetidamente. Da mesma forma com produtos adequados usados por muito tempo. A pele pode reagir ao produto sim, apesar de raramente algo do tipo acontecer”, ressalta o dermatologista.
Se usada corretamente, é totalmente inofensiva para o organismo. “A maquiagem só vai trazer danos à saúde se não retirada antes de dormir ou se usada fora do prazo de validade, o que pode causar reações alérgicas”, alerta Emerson. Para evitar dor de cabeça, remova corretamente a maquiagem antes de dormir – usando não apenas água, mas produtos específicos, como o demaquilante. Também não tenha medo de negar compartilhar sua maquiagem com outras pessoas, uma vez que muitos destes produtos são aplicados em áreas como olhos e boca, suscetíveis a infecções bacterianas. E, na dúvida, antes de comprar faça um teste de prova em locais sensíveis – a exemplo da região atrás da orelha, o pescoço, o antebraço ou o rosto – e deixe o produto agir por algumas horas.