O tecido adiposo é rico em células-tronco mesenquimais, que são aquelas que apresentam capacidade de multiplicação em laboratório e podem ser transformadas em outras células e tecidos, o que lhes confere um enorme potencial para o tratamento de diversas doenças. Este ano se comemora uma década de um feito da ciência brasileira. em 2007, Um grupo formado por três cientistas da USP (Universidade de São Paulo), orientados pela geneticista Mayana Zatz, foi o primeiro a isolar células-tronco humanas da gordura no Brasil.
“Estas células se mostraram mais versáteis, portanto mais capazes de serem transformadas em diversas outras células e tecidos, e também se revelaram capazes de serem armazenadas, preservadas e, posteriormente, expandidas, o que aumenta a possibilidade de aplicações terapêuticas futuras”, afirma o biólogo, Eder Zuconi, um dos responsáveis pela pesquisa.
O tecido adiposo constitui uma excelente fonte para coleta e armazenamento de células-tronco mesenquimais em indivíduos adultos, submetidos à lipoaspiração ou outros procedimentos cirúrgicos e é mais uma chance indivíduos que não tiveram a oportunidade de armazenar as células-tronco do cordão umbilical, que são mais jovens e, portanto, estão menos sujeitas a alterações causadas por fatores ambientais, tóxicos e infecciosos.
“A recomendação para os adultos é armazenar as células-tronco da gordura o quanto antes, pois os estudos mostram que quanto mais jovens forem as células-tronco maior será o seu potencial de proliferação e diferenciação em outros tecidos”, afirma a pesquisadora Natássia Vieira.
O procedimento de coleta é simples e não causa nenhum desconforto ao paciente. Normalmente é usada a gordura que seria descartada durante a cirurgia, seja estética ou não. Após a coleta, a amostra é enviada ao laboratório onde as células são isoladas, armazenadas e caracterizadas.
“Quando armazenadas, as células mantêm as mesmas características da época em que foram congeladas, ou seja, o processo de envelhecimento é estagnado”, acrescenta Mariane Secco, que também participou da pesquisa.
A expectativa da comunidade científica mundial é de que futuros tratamentos com o uso de células-tronco não vão demorar a acontecer. Diversos Centros de Pesquisa em todo o mundo estão investigando possíveis aplicações para o tratamento de inúmeras doenças, tais como diabetes, lesões ósseas, infarto do miocárdio, artrite, lúpus, entre outras. Só nos Estados Unidos, existem mais de 300 estudos registrados no FDA (Food and Drug Administration) – órgão do governo responsável pelo controle dos alimentos, medicamentos, cosméticos, entre outros – e uma boa parte já se encontra na fase 3, a última, e já envolvendo pacientes em condições controladas.
Diante de tantas aplicações, é fácil imaginar que, em um futuro muito próximo, as células-tronco mesenquimais serão utilizadas rotineiramente por todas aquelas pessoas que tiveram a oportunidade de armazená-las.
“O uso de células-tronco no tratamento de doenças ainda está no início, mas os primeiros resultados das pesquisas começam a aparecer, especialmente envolvendo doenças cardíacas, ósseas, lesões de cartilagem e doenças auto-imunes. Também é grande a expectativa de uso na área de transplantes de órgãos, reduzindo a fila de espera por um doador compatível e o uso de medicamentos contra rejeição”, explica a geneticista Mayana Zatz.
Os pesquisadores responsáveis pela pesquisa pioneira da USP há 15 anos hoje estão na StemCorp, um banco privado de armazenamento de células-tronco que conta com mais de 15 anos de experiência em pesquisas e diversas publicações científicas em revistas internacionais renomadas, além de ser associado a Centros de Pesquisas Nacionais e Internacionais para atualização na área de células-tronco e terapia celular. A consultoria científica da Stemcorp é da Dra. Mayna Zatz, uma das maiores referências na área de Genética do país. Os outros pesquisadores , Dr. Eder Zucconi, Dra. Mariane Secco e Dra. Natassia Vieira, todos PhD em Genética, formam a diretoria científica da empresa.
Como armazenar células-tronco em cirurgias estéticas
jan 18, 2017 | Dr. Hugo, células-tronco, tecido adiposo
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