A acne é uma das doenças de pele mais comuns e atinge a maior parte da população em algum momento da vida, principalmente os adolescentes no ápice da liberação de hormônios. Segundo a dermatologista Dra. Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, a condição é caracterizada pela obstrução dos poros devido à produção excessiva de sebo pela pele e seu tratamento consiste no controle de bactérias e oleosidade do tecido através de medicamentos tópicos e orais. Porém, um estudo publicado na revista Surgical and Cosmetic Dermatology apontou o uso dos LEDs como uma alternativa eficaz no tratamento da acne. “A energia proveniente da luz dos LEDs age diretamente sobre as células, em suas mitocôndrias, proteínas (colágeno e elastina) e processos fisiológicos. Dessa forma, a fototerapia com LED, ou fotobioestimulação, é efetiva no combate à acne, pois tem efeito fotodestrutivo do Propionibacterium Acnes, bactéria causadora da acne”, explica a dermatologista.
De acordo com a especialista, a luz azul já é comumente indicada para o tratamento da acne devido a sua ação bactericida, enquanto a luz âmbar é muito recomendada por sua ação anti-inflamatória. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia da associação dos dois tipos de LED no tratamento da condição. Para isso, foram selecionados 15 voluntários portadores de acne grau II com idade entre 15 e 40 anos. Estes indivíduos foram separados em dois grupos: o primeiro utilizou o LED azul isolado e o segundo o LED azul associado ao LED âmbar. Foram assim realizadas duas sessões semanais de fototerapia com duração de 16 minutos no grupo 1 e de 32 minutos no grupo 2 (16 minutos de LED azul + 16 minutos de LED âmbar) por três semanas. Após este período, avaliou-se o resultado de forma qualitativa por meio de um questionário de Análise do Impacto Psicossocial da Acne (AIPA) e pela Escala Visual de Percepção Facial (EVPF).
Dessa forma, observou-se que o uso de LED para o tratamento da acne foi eficaz e seguro para ambos os grupos, com redução de 1,7 no escore de impacto psicossocial e de 2,1 no de percepção facial. Além disso, houve redução significativa na contagem do número de lesões, com 60% de melhora leve e 10% de melhora moderada. “Apesar disso, são necessários novos estudos com um maior número de pacientes, aumento do número de sessões e da frequência semanal de tratamento para que assim seja possível definir os efeitos isolados do LED e de suas associações com maior confiança”, diz a Dra. Thais Pepe. Ela acrescenta, por fim, que como a acne é uma doença de causas multifatoriais, qualquer tratamento deve ser orientado pelo dermatologista, após diagnóstico completo da pele e do modo de vida do paciente.
Fonte: Dra. Thais Pepe