Guia definitivo do laser: saiba como cada tipo age na pele

Os lasers vêm ganhando cada vez mais espaço dentro das clínicas de estética e consultórios dermatológicos, pois são o que há de mais moderno com relação a procedimentos não invasivos. E o melhor é que existe uma enorme variedade de lasers para os mais diversos tipos de tratamentos, já que alguns removem toda a primeira camada da pele e outros preservam a superfície e atuando em alvos mais profundos. “A diferença de tecnologia impacta na indicação do tratamento, na quantidade de sessões, no nível de dor e no tempo de recuperação. Por isso, é importante conversar com seu médico para definir se vale mais a pena um tratamento com menos sessões e mais agressivo ou procedimentos mais suaves e realizados em maior tempo”, explica a dermatologista Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD).

Os lasers funcionam gerando um comprimento de onda de luz que é absorvido por um alvo específico na pele. “Alguns comprimentos de onda têm como alvo a cor vermelha das cicatrizes de acne e vasos sanguíneos, outros agem na melanina (o pigmento que dá cor à pele) para eliminar manchas escuras e alguns removem pelos indesejáveis. Para minimizar as rugas, alguns lasers são absorvidos pela água, estimulam novo colágeno e deixam linhas finas muito menos visíveis – esse processo é geralmente conhecido como resurfacing da pele”, afirma a especialista.

Mas, afinal, o que faz um laser diferente do outro? Um dos fatores utilizados para diferenciar é se eles são ablativos ou não ablativos. Quando falamos de pele, a ablação é a remoção de material superficial da pele por vaporização. “Lasers não ablativos têm como alvo tecidos mais profundos e não ferem a camada superficial. Os tratamentos dos lasers ablativos, por definição, levam mais tempo para cicatrizar (três a dez dias) do que os não ablativos, que levam de horas a poucos dias”, afirma a médica. Existe também um meio termo entre o laser ablativo e não-ablativo: o laser fracionado, que atua nas camadas epidérmicas (superficiais) e dérmicas (profundas). Tem a vantagem de promover resultado interessante com cicatrização mais rápida, conforme a dermatologista.

Além disso, os lasers se diferem pelos comprimentos de onda de luz que geram, variáveis que são criadas a partir de tecnologias variadas, como pedras e metais. Segundo a Dra. Valéria, algumas dessas tecnologias mais comuns incluem:

– Alexandrita: Uma pedra preciosa esverdeada que gera um comprimento de onda de espectro vermelho usado para vasos sanguíneos, excesso de pelo ou tatuagens;

– CO2: Um gás incolor e inodoro que gera luz infravermelha ablativa para o resurfacing da pele. É ideal para rugas e cicatrizes de acne;

– Érbium: Um metal sólido prateado branco que gera luz infravermelha para resurfacing da pele e cicatrizes;

– Luz Intensa Pulsada: Um espectro de luz absorvido pelos vasos sanguíneos vermelhos e pela melanina; ideal para tratar ambas as condições de uma só vez;

– Nd YAG: Um cristal que gera luz infravermelha próxima usada para vasos sanguíneos, manchas, pelos em excesso ou tatuagens;

– Pulsed Dye: Gera um feixe de luz amarelo para os vasos sanguíneos, vermelhidão e cicatrizes;

– Q-Switched: Um processo que permite que um laser produza pulsos muito curtos de um feixe de luz de alta intensidade para manchas e tatuagens;

– Picossegundo: Padrão ouro para tratamento de manchas e tatuagems, é um processo que permite que um laser produza pulsos muito curtos de feixe de luz de alta intensidade e que traz o benefício de fragmentar o alvo em micropartículas extremamente pequenas que são absorvidas mais facilmente pelo organismo.

Porém, a grande dúvida das pessoas com relação a qualquer procedimento, inclusive os lasers, é sobre o tempo de recuperação e o nível de dor do tratamento com laser. Quanto ao nível de dor, muitos lasers não doem. “Se você estiver fazendo um tratamento profundo, seu médico provavelmente aplicará um creme anestésico de antemão. Lasers ablativos geralmente são mais doloridos, mas também requerem apenas anestesia local (e tópica)”, destaca a médica. Já com relação ao tempo de recuperação, tudo depende do tratamento que você está fazendo, os detalhes da sua pele e a gravidade da sua condição. “Por exemplo, para a depilação, o downtime pode variar de algumas horas a alguns dias, dependendo da tecnologia; já os tratamentos dos vasos sanguíneos podem deixar a pele vermelha por várias horas; os tratamentos para manchas escuras deixarão a pele normal, geralmente, após uma semana; lasers de resurfacing ablativo levam mais tempo para mostrar resultados verdadeiros, com pelo menos uma semana”, completa.

Porém, é importante ressaltar que lasers não são apenas apontar e disparar. Os médicos controlam a velocidade com que o feixe de luz é direcionado à pele, diminuindo ou acelerando, dependendo das especificidades da sua pele. Quanto mais familiar o médico estiver com um certo laser, mais habilidoso estará em alcançar o resultado desejado. “Por isso, é fundamental que você encontre um profissional de quem você ouviu falar coisas boas em sua área e pergunte a ele qual é a recomendação personalizada para você com base em sua idade, preocupações com a pele e fisiologia de sua aparência”, finaliza a Dra. Valéria Marcondes.

Fonte: Dra. Valéria Marcondes – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser.



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