O aumento da expectativa de vida, o clima quente e a cultura de expor o corpo devem impulsionar a categoria ainda incipiente no Brasil.
Cosméticos que combatem os sinais do tempo na pele não são novidade no mercado brasileiro.
Dados da Mintel de 2017 revelam que 36% das brasileiras entre 35 e 44 anos utilizam produtos antienvelhecimento, subindo para 48% entre as mulheres com 45 anos ou mais. Contudo, os números se referem apenas aos cuidados com o rosto e a mesma atenção ainda não é observada em relação à pele do corpo.
Mirela Seixas, gerente de marketing da Adcos
“O consumidor brasileiro é imediatista, não gosta muito de prevenção e preza pelo efeito rápido. Como o corpo fica mais coberto e os sinais do envelhecimento demoram mais a aparecer, os cuidados acabam sendo focados em hidratação da pele, redução de medidas e celulite”, afirma Mirela Seixas, gerente de marketing da divisão médica da Adcos.
A marca brasileira de dermocosméticos com 25 anos de atuação lançou no segundo semestre de 2018 uma loção corporal anti-idade. “Nos últimos anos, temos apresentado muita inovação para prevenir e tratar os sinais de envelhecimento da face e o mercado nos sinalizou a necessidade de tratar também a pele do corpo”, diz Seixas.
“O novo produto foi uma aposta certeira”, comemora. “No Brasil, o clima e a cultura nos permitem expor mais o corpo e o objetivo do Derma complex anti-aging corporal é garantir que a pele do corpo esteja bonita e saudável em todas as etapas do envelhecimento”, acrescenta.
O aumento da expectativa de vida no país também é um fator que deve impactar neste segmento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil terá 64 milhões de habitantes com mais de 60 anos em 2050, o que representará cerca de 30% da população total.
“Cosmético antienvelhecimento para o corpo é uma categoria que cresce bastante, pois temos uma população que envelhece e começa a se preocupar com a prevenção”, afirma Mika Yamaguchi, farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos.
Integrante do grupo AQIA Química Industrial, a empresa distribui ativos para a indústria cosmética e farmacêutica, contando com parceiros com a DOW Personal Care (EUA) e Novastell (França).
Entre matérias-primas específicas para o cuidado da pele, ela destaca em seu portfólio a SWT-7, que atua nas células-tronco e aumenta a reepitelização da epiderme, melhorando rugas verticais; o Hydroxyprolisilane CN, uma hidroxipolina vetorizada por silício orgânico, que acelera a produção de colágeno e elastina; e o Hyaxel, um ácido hialurônico fracionado que promove a auto-hidratação. “Existe um universo de ativos que podem ser utilizados em conjunto, potencializando os resultados”, diz.
Outro aspecto importante no combate aos sinais do tempo na pele é a fotoproteção. Se no segmento de skin care o Brasil é o oitavo maior mercado do mundo, o país desponta como vice-líder no consumo de protetores solares, conforme levantamento da Euromonitor em 2017.
“Tivemos uma educação maior para o uso de fotoprotetores em decorrência da incidência de câncer de pele no país. Os protetores são utilizados por uma faixa etária que se inicia na infância e segue até a pele madura”, aponta Yamaguchi. “Já com os produtos antienvelhecimento, a precaução costuma ter início a partir dos 25 anos”, compara.
“A prevenção ao câncer de pele é uma questão de saúde muito importante e bastante comunicada no Brasil, por isso somos um mercado tão significativo de proteção solar. Mas a população está amadurecendo e se informando mais sobre a importância de se manter a pele saudável em todas as fases da vida”, afirma Mirela Seixas.
Renata Martins