Cisteamina é considerada nova arma para combater o melasma

Por Renata Sitonio
Dermatologista chefe da Clínica Sitonio
 

Nos dois últimos meses, a comunidade mundial de dermatologia se reuniu em dois importantes eventos: o IMCAS World Congress, em Paris, na França; e o Annual Meeting, da Academia Americana de Dermatologia, em Washington, nos Estados Unidos. Tive o prazer de participar desses dois grandes congressos para trazer ao Brasil as principais novidades que envolvem o campo da dermatologia.

Dentre os temas abordados, a maior novidade ficou por conta de novos ativos para o tratamento do melasma – caracterizado pelo surgimento de manchas de cor amarronzada na pele, principalmente da face, que surgem na idade adulta em homens e mulheres. O melasma é mais frequente em mulheres, em razão da exposição aos hormônios, como anticoncepcionais e também da gravidez. No entanto, o principal fator causal é mesmo a exposição ao sol.

Tratar o melasma é um grande desafio, já que é uma doença geneticamente determinada e que não tem cura. O que se pode fazer é amenizar o problema e melhorar o aspecto da pele. Uma vez que surgem as manchas, o tratamento precisa ser seguido para toda vida, evitando a exposição ao sol para manter a mancha mais clara.

Até agora, o creme mais utilizado e com maior eficácia para o clareamento da pele foi o Composto de Tretinoína (um ácido), Hidroquinona (um potente clareador) e Acetonido Fluocinolona (corticoide).  Apesar da relativa segurança dessa formulação, não era incomum reações como irritação da pele, alergia hidroquinona, além da impossibilidade de uso desses compostos a longo prazo, devido a diversos outros efeitos colaterais, como o aumento da sensibilidade ao sol e o possível desenvolvimento de carcinomas.

Como solução desse problema, a grande vedete desses dois últimos congressos internacionais foi uma substância chamada cisteamina, comercialmente, Cysteamine® creme. Trata-se de um composto naturalmente presente no organismo humano que, segundo estudos, reduz a pigmentação da pele em 77%, algo comparado à formula tríplice acima descrita.

Conforme apresentado nos eventos, a substância se demonstrou atóxica – que é não carcinogênica e que não aumenta a sensibilidade ao sol. Era de conhecimento comum da comunidade dermatológica, desde a década de 1960, que a cisteamina possuía propriedades clareadoras, no entanto, por ser muito instável, oxidando rapidamente ao se expor ao ar e também por seu forte odor, nunca chegou a ser utilizada como creme antes.

No entanto, agora pesquisadores conseguiram recentemente estabilizar o produto e reduzir seu odor. Também através desses estudos, foi possível compará-la com a fórmula tríplice (padrão ouro para o tratamento das manchas) e comprovar seus efeitos clareadores.

O tratamento demostra ser de fácil uso, podendo ser utilizado 15 minutos ao dia, durante 3 meses. Após os 15 minutos de aplicação, é necessário ser enxaguado. Depois desse período de três meses, ele deve ser aplicado apenas 2 vezes por semana para manutenção. No entanto, a cisteamina ainda não chegou ao Brasil, mas surge como uma esperança para quem sofre com manchas difíceis de clarear.

Renata Sitonio é Médica Dermatologista chefe da Clínica Sitonio, em São Paulo. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba, Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Especialista em Dermatologia no Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira, Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD – e regional de São Paulo e Coautora do livro IPCA sobre técnicas cirúrgicas com agulhas.



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