7 fatores que podem causar o surgimento de coceira na região íntima feminina

Tudo o que está relacionado à vagina ainda é um assunto cercado de tabu, sendo raramente discutido. Como resultado, muitas mulheres acabam sofrendo em silêncio com problemas na região íntima, como a coceira. “O prurido, popularmente conhecido como coceira, é uma sensação desagradável que ocorre em grande parte das mulheres em algum momento da vida, pois é muito comum em momentos de alterações hormonais, como durante o período menstrual e a menopausa, surgindo em breves episódios e, geralmente, resolvendo-se sem tratamento. Porém, quanto torna-se intensa, recorrente e persiste por longos períodos de tempo, a coceira pode ser sinal de uma condição mais séria e que pode representar riscos à saúde. Por isso, essa é uma questão que deve sempre ser discutida com o ginecologista”, explica a ginecologista Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Então, para facilitar a identificação da coceira e ajudar aqueles que sofrem com o problema, a especialista listou as principais razões do prurido vaginal. Confira:

Alterações hormonais: A vagina contém uma série de bactérias responsáveis por protegê-la de agressores externos. Porém, o equilíbrio desses microrganismos é muito delicado, podendo ser facilmente alterado por fatores como hormônios, o que pode levar a coceira. “Por esse motivo, é comum que a mulher apresente prurido vaginal durante o ciclo menstrual, a gestação e a menopausa, pois são processos que envolvem alterações nos níveis de hormônios do organismo. Quando essa é a causa do problema, a coceira geralmente vem acompanhada de ressecamento da região, o que é um bom indicador para identificar que o surgimento do prurido está relacionado aos hormônios”, afirma a médica.

Alergias e dermatites: O prurido vaginal pode ser resultado de uma hipersensibilidade à produtos que entrem em contato com a região íntima, principalmente aqueles que contém fragrâncias, incluindo preservativos, lubrificantes, espermicidas e sabonetes, além de absorventes e calcinhas feitas de tecidos sintéticos. “Geralmente, a coceira tende a piorar com a exposição repetida ao produto causador da irritação. Além disso, pode ser acompanhada de vermelhidão, inchaço e engrossamento da pele do local, caracterizando, nesse caso, uma dermatite”, destaca a ginecologista.

Psoríase: Algumas doenças pré-existentes de pele, como a psoríase, também podem se manifestar na região genital. “A psoríase é uma doença autoimune que faz com que as células da pele se renovem de maneira muito rápida, resultando em áreas descamativas e irritadas. Dessa forma, quem sofre com a condição, além do prurido, também pode apresentar vermelhidão, ressecamento, erupções, rachaduras e descamação na vulva e vagina”, diz a Dra. Ana.

Vaginose bacteriana: Figurando entre uma das razões mais comuns para o prurido vaginal, a vaginose bacteriana ocorre quando há uma mudança no pH da vagina com consequente desequilíbrio na microflora bacteriana local. “Os sintomas da vaginose bacteriana são muito parecidos com os sinais de infecções fúngicas, mas, junto a coceira, causam um corrimento mais aquoso e de odor desagradável”, destaca a especialista.

Infecção fúngica: Assim como a vaginose bacteriana, a infecção fúngica é geralmente causada por um desequílibrio do pH vaginal, mas também pode ocorrer devido ao uso de antibióticos, práticas sexuais, estresse e até mesmo por mudanças na dieta, principalmente em mulheres diabéticas, que apresentam mais propensão ao desenvolvimento da condição. “Também apresentando prurido, a infecção fúngica pode ser diferenciada da vaginose bacteriana pela aparência do corrimento, que tende a ser mais espesso e esbrenquiçado”, completa a médica.

DSTs: Grande parte das doenças sexualmente transmissíveis, incluindo herpes, gonorreia e chato, apresentam o prurido como sintoma. “Porém, no caso das doenças que ocorrem devido ao sexo desprotegido, a coceira geralmente está acompanhada de outros sintomas comuns em DSTs, como queimação ao urinar, corrimento com odor desagradável, surgimento de feridas e dores durante o sexo”, alerta a ginecologista.

Líquen escleroso: Sendo muito comum principalmente em mulheres idosas, mas podendo ocorrer em qualquer idade, o líquen escleroso é uma doença que ainda não possui causa definida, mas alguns médicos acreditam que esteja relacionada a alterações hormonais e um sistema imunológico hiperfuncionante. “O principal indicador da presença da doença é o surgimento de pequenos pontos brancos que coçam na pele da vagina e do ânus”, explica a Dra. Ana.

É claro que grande parte das causas acima podem ser prevenidas através de alguns cuidados básicos, como manter a higiene da região íntima em dia e secar bem a área para evitar o excesso de umidade, o que favorece a proliferação de microrganismos nocivos. “Além disso, evite o uso de calcinhas de tecidos sintéticos e dê preferência para aquelas feitas de algodão, que permitem que a região respire adequadamente. Evite também o uso de produtos com fragrâncias e substâncias potencialmente irritativas. No lugar, opte por aqueles que são formulados especialmente para a região íntima e que possuem composição hipoalergênica”, aconselha a médica. “O uso de duchas vaginais e de sabonetes bactericidas também não é recomendado, pois esses produtos alteram a barreira de proteção da região e eliminam os microrganismos responsáveis pela manutenção da acidez do pH da vulva. E, claro, não se esqueça de sempre usar preservativo na hora de realizar práticas sexuais.”

Mas, se mesmo com tais cuidados você sentir coceira na região, o melhor é consultar o médico, principalmente se a coceira persistir por mais de alguns dias e estiver acompanhada de sintomas como dor ou secreção vaginal, que, geralmente, indicam a presença de infecção. O médico poderá realizar uma avaliação e indicar um tratamento específico para o problema, que vai variar de acordo com o agente causador do prurido. “Por exemplo, se a coceira for causada por alterações hormonais, o ginecologista poderá receitar um creme hormonal tópico ou a troca de sua pílula anticoncepcional. Alergias e dermatites, por sua vez, podem ser resolvidas apenas com a interrupção do uso do produto irritante. Já se a causa forem bactérias ou fungos, o uso de antibióticos tópicos e orais podem ajudar. E o mesmo vale para doenças sexualmente transmissíveis.  Tudo vai variar de acordo com a causa do problema e apenas o ginecologista pode te ajudar nessa etapa”, finaliza a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.



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