As cirurgias estéticas são sempre eficazes para melhorar a harmonia da face de maneira duradoura, com vantagens expressivas contra os injetáveis (preenchedores e toxina botulínica) que precisam ser refeitos após um tempo. No entanto, muitas pessoas ainda temem a cirurgia estética por conta do inchaço – por exemplo, o resultado final de uma rinoplastia pode levar de 6 a 12 meses. Mas o uso da máscara de proteção para evitar o contágio por Covid-19 pode ser benéfico para pacientes que queiram fazer procedimentos cirúrgicos no nariz e queixo, já que o inchaço ficará escondido pelo equipamento de proteção. “É claro que o inchaço perceptível não dura muito mais que um mês após a cirurgia. Ele vai desaparecendo gradativamente. Mas mesmo assim, esse período de retomada pode ser benéfico para procedimentos nessas regiões, uma vez que a máscara de proteção vai ser usada e ela esconderá o edema”, diz o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e mestre em Cirurgia Plástica pela UNIFESP. O médico explica abaixo o que pode ser feito:
Rinoplastia convencional – Indicada para pacientes insatisfeitos com o formato natural do nariz, a rinoplastia é um procedimento extremamente complexo que altera a estética nasal. Podendo durar de três a cinco horas e sendo feita sob efeito de anestesia geral, a rinoplastia pode ser realizada de duas maneiras: aberta ou fechada, sendo que ambas as técnicas envolvem incisões na região interna do nariz. “Na rinoplastia aberta é realizada também uma incisão externa na região da columela, tecido que divide as narinas. Dessa forma, o cirurgião consegue erguer a pele do nariz para que as estruturas internas se tornem mais visíveis e manipuláveis. Essa técnica é usada principalmente quando são necessárias grandes mudanças na ponta do nariz, já que facilita a visualização dos pontos que precisam ser corrigidos. A rinoplastia aberta resulta em uma cicatriz externa em função da incisão na columela, mas que se torna imperceptível após alguns meses”, afirma o especialista. “Já na rinoplastia fechada todos os cortes são feitos dentro do nariz e é através dessas incisões internas que o cirurgião esculpe e modela os tecidos. A vantagem desta abordagem é que o procedimento é mais rápido e não resulta em cicatrizes aparentes. Porém, há menor visibilidade das estruturas do nariz.” A decisão de qual técnica vai ser utilizada depende da complexidade da cirurgia e da preferência do cirurgião.
Rinoplastia ultrassônica – A rinoplastia ultrassônica visa tratar a parte óssea do nariz através de um aparelho que, por meio de vibrações, permite ao cirurgião realizar a fratura nasal necessária para o procedimento de forma menos traumática. Também realizada sob o efeito de anestesia geral, a rinoplastia ultrassônica possui as mesmas indicações da técnica tradicional, sendo indicada para qualquer paciente que tenha necessidade de tratar a parte óssea do nariz, mas possui como vantagem o fato de ser mais precisa e preservar melhor estruturas importantes do nariz, resultando em menos inchaço, sangramento e hematoma no período pós-operatório. “Isso faz com que o processo de recuperação do procedimento seja mais rápido e mais tranquilo, permitindo ao paciente retornar às atividades rotineiras mais rapidamente”, destaca o cirurgião. “Por ser mais precisa, os resultados da rinoplastia ultrassônica são mais previsíveis, além de ocasionar cicatrizes menos aparentes, já que, nesse procedimento, não há necessidade de incisões na parte externa para a fratura do nariz.”
Mentoplastia – Geralmente, a alternativa definitiva para harmonização facial é a cirurgia de mentoplastia de aumento, que amplia o tamanho do queixo, deixando-o mais projetado para frente com o intuito de deixar a face mais harmônica. “A cirurgia promove esse resultado por meio do uso de implante ou reposicionamento do osso. A necessidade da cirurgia é avaliada através do exame físico e fotos do paciente de frente e perfil”, diz o médico. “A cirurgia de avanço ósseo é feita sob anestesia geral e com duração em torno de 1 hora” comenta o cirurgião plástico. O local da incisão também pode variar, ou aplicado dentro da boca, chamado de intraoral, no sulco gengivolabial inferior, ou abaixo do queixo, chamado de submentoniana. Após isso, é realizado o deslocamento do osso da mandíbula, com o corte do osso do queixo para reposicioná-lo com a ajuda de pequena placa de titânio, proporcionando um resultado mais natural e usando a própria estrutura óssea do paciente.” Por fim, com a posição do mento fixada corretamente, é feito o fechamento da incisão operatória. É indicado o uso de uma faixa específica para reduzir o inchaço da região nos primeiros dias”, explica Dr. Paolo.
Mas, em alguns casos, apenas a realização da rinoplastia ou da mentoplastia não é o suficiente para deixar o paciente satisfeito com seu perfil. O ideal então é a realização da perfiloplastia, que permite corrigir a desproporção entre o queixo e o nariz em apenas um único procedimento, ajudando assim a melhorar significativamente a harmonia facial e, consequentemente, a autoestima e a confiança do paciente, visto que o nariz e o queixo são áreas fundamentais para a estética do rosto. “Nesse procedimento, geralmente, realiza-se primeiro a mentoplastia e, em seguida, a rinoplastia. O processo é feito sob anestesia geral e dura, em média, 5 horas. Com relação aos resultados, estes aparecem após a diminuição do inchaço que surge depois da cirurgia, o que leva cerca de três a seis meses”, destaca o médico. O pós-operatório é o mesmo de grande parte das cirurgias, sendo necessário que, durante duas semanas, o paciente permaneça em repouso e não pratique exercícios físicos.
O médico enfatiza que é importante, antes de optar por qualquer um dos procedimentos citados acima, conversar com um cirurgião plástico para a indicação correta do melhor tratamento para o seu caso.