Proteína estrutural do trigo, cevada e centeio, o glúten é base para alguns dos pratos mais saboreados em todo o mundo. Para a grande maioria ele parece inofensivo, pode ser mortal para quem possui intolerância: seu consumo leva à inflamação na mucosa do intestino delgado, o que atrapalha a absorção de nutrientes pelo organismo.
No Brasil, cerca de dois milhões de pessoas já são consideradas celíacos, como são chamados os intolerantes ao glúten por predisposição genética, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA). Entretanto, este número pode ser muito maior.
O fato é que as mudanças genéticas ocorridas com o trigo nos últimos 50 anos, transformaram-no em um produto tóxico com alto teor de glúten. Segundo a Embrapa, pesquisas comprovaram um aumento no consumo de trigo por habitante de 30kg para 60kg por ano.
Associado à um decréscimo no consumo de alimentos protetores como frutas, verduras e legumes, esse desequilíbrio no comportamento alimentar está desencadeando o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) além de sintomas físicos, mentais e emocionais.
Veja cinco sinais que podem indicar intolerância à proteína:
Problemas gástricos – diarreias, prisão de ventre, produção excessiva de gases, estufamento abdominal e refluxo. Se o corpo é intolerante ao glúten, ao consumi-lo o organismo não consegue digerir a proteína, respondendo com esses sintomas indesejados.
Enxaqueca – o glúten atrapalha o metabolismo do corpo humano. Com o funcionamento mais lento, o organismo não consegue eliminar toxinas e favorece o aparecimento de dores de cabeça e enxaqueca.
Distúrbios neurológicos e energéticos – sentir fadiga, confusão, alteração de humor, depressão ou cansaço é um dos sintomas mais comuns e aparece principalmente após o consumo de glúten. A explicação é a dificuldade em absorver nutrientes por conta dos danos na mucosa intestinal.
Resistência insulínica e diabetes – o trigo possui a capacidade de elevar os níveis de glicose no sangue – o que dá início à montanha russa de glicose e insulina que estimula o apetite e promove acúmulo de gordura visceral. O ganho de peso leva à uma alteração na sensibilidade à insulina, condição fundamental para o desenvolvimento do diabetes.
Ansiedade, compulsão alimentar – as exorfinas derivadas do glúten tem potencial para gerar euforia, dependência e estimular o apetite.
Fonte: Angelina Zapponi é nutricionista graduada pela Universidade Anhembi Morumbi. Pós-graduada em nutrição clínica funcional pelo CVPE e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional.