Hoje, 11 de maio, é comemorado o Dia Mundial do Melanoma, data que reforça o alerta para os malefícios do excesso de exposição solar à pele. O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no País1,2. O tipo mais agressivo, o melanoma maligno, caracteriza-se pelo crescimento descontrolado das células produtoras de pigmento da pele, a melanina, e, apesar de representar apenas 4% das neoplasias malignas no órgão, tem alta possibilidade de metástase e elevado índice de letalidade2,3. Anualmente, estima-se que cerca de quatro brasileiros morrem por dia deviso à doença1. De acordo com projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2014, mais de cinco mil novos casos da doença seriam diagnosticados no país, sendo 2.960 homens e 2.930 mulheres2.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a incidência do melanoma vem aumentando nas últimas quatro décadas. Foram mais de 232 mil novos casos em todo o mundo em 20123. Segundo o INCA, em 2015, o mais letal dos tumores de pele deve acometer mais 5.890 brasileiros4, um incremento de quase 300 registros em relação ao ano anterior.
A boa notícia é que a inovação nos tratamentos tem acompanhado o aumento dos diagnósticos e da incidência da doença. Na década de 1960, a taxa de controle da doença girava em torno de 4%. Nos anos 1980, saltou para 44% e, atualmente, pode chegar a 85%. “O diagnóstico da doença é vinte vezes mais frequente do que há 50 anos e triplicou na última década. Se feito precocemente, é a principal arma para aumentar a chance de cura. Quando o câncer é detectado no início, as chances de cura podem chegar a 98%, o que é raro quando a doença já está na fase avançada”, alerta o Dr. Stephen Doral Stefani, oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus de Porto Alegre.
Uma das inovações que beneficiam os pacientes com melanoma maligno é a imunoterapia, abordagem de tratamento que utiliza o poder do sistema imunológico para combater o câncer e que ganhou força na última década. Esses medicamentos funcionam bloqueando mecanismos que inibem o sistema imunológico, potencializando a ação contra o tumor ou estimulando a resposta imune.
Os dados com a imunoterapia são promissores. No caso específico do melanoma maligno, pacientes tratados com pembrolizumabe, imunoterapia da MSD, tiveram aumento na taxa de sobrevida global em 12 meses de 58,2% para 68,4% (esquema a cada três semanas) e 74,1% (esquema a cada duas semanas) e na sobrevida livre de progressão de doença em 6 meses de 26,5% para 46,4% (esquema a cada três semanas) e 47,3% (esquema a cada duas semanas) em relação ao tratamento padrão com ipilimumabe5. Os resultados foram apresentados na abertura da Reunião Anual da Associação Americana de Pesquisa do Câncer (AACR), que aconteceu de 18 a 22 de abril na Filadélfia, Estados Unidos. O estudo comparou os dois medicamentos como terapia de primeira linha no tratamento da doença. Pembrolizumabe (comercialmente conhecido como Keytruda) demonstrou melhora estatisticamente e clinicamente significativa para os pacientes com melanoma5.
O fármaco também está sendo avaliado para o tratamento de outros 30 tipos de câncer, como tumores de cabeça e pescoço, de pulmão e de estômago, tanto em monoterapia e quanto em combinação com outros agentes. O tratamento já está sendo comercializado nos Estados Unidos e expectativa é que o mesmo seja disponibilizado no Brasil no começo de 2016.
Sobre pembrolizumabe
Pembrolizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado cuja função é aumentar a capacidade de o sistema imunológico combater o melanoma maligno avançado por meio do bloqueio da interação entre PD-1 e seus ligantes (PD-L1 e PD-L2). Ao ligar-se ao receptor PD-1 no linfócito T e bloquear a interação deste com seus ligantes, o medicamento antagoniza a inibição da resposta imunológica contra o tumor, ou seja, faz com que haja mais resposta anti-tumoral.
Dia Mundial do Melanoma: avanços elevam taxas de controle da doença
maio 11, 2015 | Dr. Hugo, câncer de pele, dermatologia, Dia Mundial do Melanoma, melanoma
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