Um estudo que acaba de ser publicado pela revista científica New England Journal of Medicine e apresentado no congresso internacional da Associação Americana de Diabetes (ADA), maior congresso de diabetes do mundo que terminou esta semana, em Boston, nos EUA, demonstrou que a sitagliptina, conhecida comercialmente como Januvia, não aumenta o risco de eventos cardiovasculares em pacientes diabéticos (como morte relacionada a eventos cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral ou hospitalizações por angina instável), em comparação com outros medicamentos usados habitualmente no tratamento da doença, como metformina, sulfonilureia, pioglitazona e insulina. O estudo também demonstrou que a sitagliptina não promove nenhum aumento do risco de hospitalização por insuficiência cardíaca.
Parece simples, mas a notícia é bem relevante para a comunidade médica e para os 387 milhões de diabéticos no mundo, por um motivo: os eventos cardiovasculares são a principal causa de morte em pessoas com diabetes tipo 2. Adultos diabéticos têm um risco de duas a quatro vezes maior de ter uma doença do coração ou um derrame em comparação aos adultos não-diabéticos[ii]. No Brasil, a prevalência do diabetes na população entre 20 e 79 anos é de 8,7%. Atualmente existem cerca de 11,6 milhões de diabéticos no Brasil.
O estudo TECOS de segurança cardiovascular foi uma pesquisa acadêmica colaborativa e independente entre a Universidade de Oxford e a Universidade Duke iniciada em dezembro de 2008 com o patrocínio da MSD e que envolveu mais de 14 mil pacientes diabéticos em 38 países com idade acima de 50 anos com doença cardiovascular comprovada.
“Como os diabéticos têm um risco significativamente maior de complicações cardiovasculares, é muito importante conhecer a segurança cardiovascular dos medicamentos usados no tratamento desses pacientes”, afirma o Dr. Rury Holman, professor de medicina diabética e diretor da unidade de pesquisas em diabetes da Universidade de Oxford. “Os resultados do estudo TECOS demonstraram que a sitagliptina não aumenta o risco de eventos cardiovasculares em um grupo diversificado de pacientes com diabetes tipo 2 com alto risco cardiovascular.”
A sitagliptina é um medicamento da classe dos inibidores da enzima DPP-4 indicado para o tratamento do diabetes tipo 2. Estudos mostram que a sitagliptina é eficaz no controle da glicemia, não aumenta o risco de hipoglicemia e não promove ganho de peso[iii]. A hipoglicemia ocorre quando o nível de glicose no sangue fica muito baixo, podendo causar sintomas como tontura, fraqueza, sonolência, confusão mental e até perda da consciência. A hipoglicemia pode estar associada a alguns medicamentos usados no tratamento do diabetes tipo 2.
Diabetes: sitagliptina não aumenta risco de eventos cardiovasculares
jun 12, 2015 | Dr. Hugo, açúcar, coração, diabetes, diabéticos, doenças cardiovasculares, sitagliptina, Universidade de Oxford
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