Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE entre 2013 e 2014, apontam que 18,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos apresentam colesterol alto, o que pode causar infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. O Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, alerta para os riscos dessas doenças, apontadas pela Organização Mundial da Saúde como as principais causas de morte no mundo. Hábitos saudáveis, como o controle da ingestão de gorduras, o consumo de frutas e verduras, e a prática de atividade física são essenciais para a manutenção da saúde do coração.
Confira abaixo questões importantes para a redução da absorção do colesterol:
1 – O organismo precisa de colesterol
O colesterol é essencial na formação das membranas das células, na produção de hormônios sexuais e de vitamina D, além de desempenhar um papel importante nos tecidos nervosos e originar sais biliares, responsáveis por solubilizar as gorduras. “O problema surge quando o colesterol está em excesso ou quando existe dificuldade do organismo em removê-lo da circulação”, explica a cardiologista Maria Cristina Izar, professora da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. “Nesses casos, o colesterol pode acumular-se nas paredes dos vasos sanguíneos e produzir a aterosclerose, que leva ao infarto do miocárdio ou ao acidente vascular cerebral.”
2 – Os riscos do colesterol alto não têm idade
“Colesterol alto é perigoso em qualquer faixa etária, por isso todos devem preocupar-se em controlá-lo”, alerta a cardiologista. A médica esclarece que os níveis de colesterol tendem a aumentar ao longo da vida, mas valores muito altos em faixas etárias precoces sugerem causas genéticas. A associação com outros fatores de risco, como hipertensão, tabagismo e diabetes, potencializa o risco cardiovascular.
3 – Adotar um estilo de vida saudável ajuda a controlar os níveis de colesterol
O menor consumo de gorduras saturadas e colesterol, e o maior consumo de fibras, combinados ao aumento da atividade física e à adição de suplemento alimentar com fitoesteróis são recomendações de diretrizes nacionais e internacionais para o controle dos níveis de colesterol. “Para aumentar o HDL-colesterol aconselha-se a cessação do tabagismo, atividade física regular, alimentação rica em gorduras monoinsaturadas (como a gordura presente no azeite de oliva) e uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, nozes, castanhas, peixes, especialmente os de águas profundas”, acrescenta a cardiologista Maria Cristina Izar.
4 – Composto natural, o fitoesterol ajuda na redução dos níveis de colesterol
Os fitoesteróis têm estrutura semelhante ao colesterol e, por isso, competem pelo mesmo espaço no intestino delgado, impedindo a absorção de parte do colesterol, que acaba eliminado pelo organismo. Estudos mostram que o consumo diário a partir de 1 grama de fitoesteróis pode auxiliar na redução das concentrações de LDL-C (colesterol ruim) em até 10%3. “Sua utilização é bastante segura e seus efeitos se mantêm a longo prazo. Por serem compostos naturais, extraídos de vegetais, são uma opção interessante para quem não tem indicação de uso de medicamento ou em associação”, explica Maria Cristina.
5 – Para se obter 1 grama de fitoesteróis é preciso consumir 75 maçãs
O fitoesterol é comumente encontrado em sementes oleaginosas, óleos vegetais, frutas, verduras e legumes, em quantidades variáveis. Porém, consumir estes alimentos na quantidade necessária para obter o benefício contra o colesterol ruim pode não ser uma tarefa fácil. Seria necessária a ingestão diária de 280 castanhas de caju, 40 laranjas, 75 maçãs ou 212 tomates4. “Uma dieta típica ocidental fornece entre 100 e 400 mg/dia de fitoesterol”, destaca Maria Cristina. A utilização de um multivitamínico com fitoesterol, como Centrum Control, que possui 1 grama de fitoesterol por dose diária recomendada, ajuda na redução do colesterol, além de conter vitaminas e minerais que complementam a alimentação.
6 – Muitos são os mitos relacionados a alimentação e colesterol
O balanço adequado do consumo de gorduras é uma das questões mais relevantes na dieta para evitar alterações nos níveis de colesterol. Entre os mitos, está a proibição do consumo de ovos, que podem fazer parte da dieta com moderação. “As gorduras saturadas (presentes em produtos com gordura animal) são os componentes da dieta que mais elevam os níveis de colesterol, por reduzirem a capacidade de remoção do colesterol da circulação. As gorduras trans (presentes em muitos produtos industrializados) fazem o mesmo papel, além de diminuírem o ‘bom’ colesterol, sendo um componente alimentar ainda mais prejudicial à saúde”, explica a cardiologista.
O cuidado com a alimentação é fundamental, já que as deficiências nutricionais estão associadas a diversas doenças crônicas não transmissíveis. Porém diversos estudos mostram que o brasileiro não se alimenta bem. De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014)5, do Ministério da Saúde, apenas um quarto da população brasileira (24,1%) consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cinco ou mais dias da semana6. Ou seja, pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças por dia, o que equivale ao consumo de cinco ou mais porções, pelo menos cinco vezes por semana.