Embora represente apenas 4% dos tipos de câncer de pele mais comuns entre os brasileiros, o chamado melanoma cutâneo pode levar a óbito, caso não seja diagnosticado no início. Tanto que, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), 1.547 mortes já ocorreram em função do problema somente em 2013. Já a projeção de novos casos da doença para 2016 é de 5.670, ainda de acordo com o instituto. “O melanoma é, sem dúvida, o tipo mais perigoso de câncer de pele que existe. Isso porque ele costuma se manifestar em uma forma similar às pintas comuns que temos pelo corpo e não ap resenta qualquer outro sintoma até produzir metástase e contaminar outros órgãos como pulmão, cérebro e fígado, o que, muitas vezes, é letal”, alerta a Dra. Keila Mitsunaga, dermatologista da Unidade Avançada Cidade Jardim do HCor – Hospital do Coração.
Para auxiliar na identificação do problema, a médica explica que, com o autoexame, é possível distinguir pintas e manchas possivelmente provocadas pelo melanoma. Segundo ela, é preciso analisar fatores como rapidez no crescimento, desde o momento da aparição, tamanho – diâmetro maior de 6 mm pode ser suspeito –, assimetria, irregularidade nas bordas e coloração diferenciada em relação às outras pintas do corpo. “Nesses casos, a atenção deve ser ainda maior com pintas que doem ou sagram, já que isso pode significar um tipo bastante avançado de lesão”, afirma. “Contudo, em qualquer um desses casos é imprescindível procurar um dermatologista. Afinal, quanto antes o problema for identificado, mais chances de sucesso tem o tratamento”, diz a dermatologista.
Grupo de risco
Quando falamos em melanoma cutâneo, alguns grupos de pessoas correm mais riscos do que outros. Segundo a Dra Keila, pessoas de pele clara que apresentam mais de cem pintas pelo corpo ou que costumam ficar expostas ao sol por muito tempo sem proteção são sérias candidatas a desenvolver a doença. “Fatores como utilização de bronzeamento artificial, histórico familiar, idade superior aos 50 anos e ocorrência prévia de melanoma acentuam os riscos do problema em pessoas com este perfil”, revela. “Em todos esses casos, a realização de check-ups dermatológicos anuais para o diagnóstico precoce do problema é fundamental”, ressalta a médica.
Diagnóstico
Em casos de suspeita, a presença de melanoma pode ser confirmada por meio da biópsia de pele. Quando o tumor já se espalhou pelo corpo, uma combinação de exames como tomografia, radiografia e ressonância magnética auxiliam no diagnóstico. Tais procedimentos captam e ampliam imagens do tumor com o objetivo de analisá-las detalhadamente. “Isso garante segurança no diagnóstico, o que é muito importante. De qualquer maneira, toda pinta suspeita é sempre removida e enviada para a biopsia”, explica a Dra. Keila.
Tratamento
Quando confirmado, o melanoma costuma ser tratado de maneira cirúrgica. Contudo, o tipo de procedimento a ser adotado varia conforme o estado de saúde do paciente, a localização, o tamanho e agressividade do tumor. Nestes casos, retira-se o câncer, em si, e também parte da camada de pele lateral que o circunda para exames posteriores. “Dependendo do estágio do câncer, é preciso aplicar, além da remoção cirúrgica do tumor, tratamentos como quimioterapia e imunoterapia”, explica. “Porém, com informação, acompanhamento médico e check-ups dermatológicos regulares, é possível prevenir o avanço da doença e lidar com o problema de forma menos traumática e quase sempre bem-sucedida”, finaliza a dermatologista do HCor.