Nossas unhas são formadas, na maioria, por uma substância chamada queratina. Trata-se de uma proteína, que serve de alimento para diferentes tipos de fungos. Por isso, em condições de excesso de calor e umidade (ou ambas), nossos pés (e mãos) são acometidos por enfermidades como frieiras e micoses. Muita gente opta por tratamentos caseiros, mas a dermatologista Darleny Costa Daher adverte: “é perigoso”.
“Há indivíduos propensos a esse tipo de infecção”, diz a doutora Darleny. “Idosos, pacientes com algum problema de microcirculação, como diabetes e hipertensão arterial, ou ainda doenças crônicas das unhas, como psoríase e líquen plano”, acrescenta a especialista, que cita ainda pessoas com hiperidrose (excesso de suor), imunossuprimidos, com problemas vasculares, ortopédicos, entre outros.
Existe uma crença popular de que se pode tratar esses tipos de doença em casa, com vinagre, por exemplo. A médica não recomenda. “Esses tratamentos devem ser evitados”, pondera. “Muitas vezes as alterações ungueais podem representar doença sistêmica, mais grave, que pode passar despercebida, caso não seja avaliada pelo profissional adequado”, comenta ela, destacando que este profissional é o dermatologista.
A denominação “fungos” é muito genérica. Os que acometem as unhas (e se alimentam da queratina) podem ser dermatófitos, fungos filamentosos não dermatófitos e leveduras. E esses microrganismos devem ser identificados a partir do exame micológico direto e cultura. A partir dessa avaliação laboratorial e da clínica do paciente é que se define a melhor opção terapêutica.
“O tratamento poderá ser realizado apenas com medicação tópica ou associação de medicação tópica e sistêmica”, descreve a Dra. Costa Daher. “Nos casos mais severos pode ser necessária a extração da unha”, adverte.
Para prevenir essa desagradável e dolorosa doença, hábitos higiênicos são essenciais. “Secar bem os pés e o espaço entre os dedos após o banho. Evitar usar sempre calçados fechados. Preferir as meias de algodão em vez de materiais sintéticos”, exemplifica a dermatologista. “E, claro, evitar andar descalço em ambientes úmidos como saunas, banheiros e piscina, além de usar sempre o material próprio para fazer as unhas”, conclui Darleny.