Com a chegada do frio, é hora de investir em tratamentos para o clareamento de manchas e controle do melasma, uma dermatose comum em mulheres no período da gestação e caracterizada por manchas escuras e simétricas que surgem nas maçãs do rosto, testa, nariz e lábio superior. E os ácidos surgem como boas opções, na medida em que oferecem efeito de renovação celular ou de clareamento das manchas. Com a ajuda da dermatologista Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD), selecionamos seis ácidos que são importantíssimos no tratamento das manchas e podem ser usados com orientação médica:
Ácido azelaico – Com ação clareadora, é uma opção terapêutica que pode ser usado inclusive na gestação para prevenir, melhorar, controlar e clarear o melasma. “Ela age nos melanócitos (células que produzem o pigmento de melanina), interrompendo essa atividade e seu desenvolvimento. É um ativo que não age no pigmento normal da pele, mas sim apenas quando há excesso de pigmentação, inibindo uma enzima chamada tirosinase, que atua e estimula o processo de produção de melanina”, explica a médica. A substância pode ser utilizada na face e no corpo.
Ácido retinóico – Apesar de não ter ação clareadora direta, é um ácido que age na melhora do turn over (renovação) celular, fazendo com que as células cheguem mais jovens, oxigenadas e nutridas à superfície da pele. “Por esse efeito de renovação, ele pode ser usado em associação a outras substâncias clareadoras com o benefício de eliminar essas células manchadas”, afirma a médica. É necessário ter cautela e orientação médica para o uso desse ácido, que é fotossensível, por isso no dia seguinte o fotoprotetor é primordial.
Ácido glicólico – Por ter forte característica esfoliante, que quebra e diminui a adesão entre as células da primeira camada, o ácido glicólico abre portas de entrada para que haja penetrância de tudo que está com ele. “Por isso, ele pode ser um complemento para atuar contra as manchas, na medida em que diminui a espessura da pele e facilita o trabalho de substâncias clareadoras”, diz.
Ácido kójico – Permitido durante o verão e em períodos gestacionais, esse ácido é derivado de várias espécies fúngicas e é considerado extremamente importante para o tratamento de manchas. “Ele é um potente despigmentante natural e inibe a ação da tirosinase, promovendo a diminuição da formação de pigmento, e pode ser usado sinergicamente com vários outros ativos clareadores para potencialização dos resultados”, explica.
Ácido Ascórbico – A famosa Vitamina C é um poderoso antioxidante, cuja aplicação tópica permite alcançar níveis que não seriam possíveis com a ingestão de frutas ou de suplementação oral. Esse ácido uniformiza o tom de pele e tem duas ações importantes no clareamento: inibe a atividade da enzima tirosinase, responsável pela síntese de melanina; e tem efeito protetor da radiação UV — já que a fotoexposição gera espécies reativas de oxigênio, que desencadeiam a produção de pigmentos na pele. Prefira as fórmulas que visam manter a estabilidade da vitamina, já que o composto é quimicamente instável, perde rapidamente suas propriedades em contato com a luz, o oxigênio e o calor. Dessa forma, prefira produtos cuja vitamina é apresentada em nanocápsulas, isto é, encapsulada em micropartículas.
Ácido fítico – substância presente em cereais (arroz, aveia e germe de trigo), tem mecanismo semelhante ao da Vitamina C, sendo um bloqueador da Tirosinase. Por isso, é considerado um clareador seguro e tem atividade progressiva.
Fonte: Dra. Valéria Marcondes
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser. www.valeriamarcondes.com.br