Como muitas doenças da pele, a acne pode ter umefeito significativo sobre a qualidade de vida da pessoa, afetando diretamente seus relacionamentos, desempenho, trabalho e a autoestima. E, ao contrário do que muitos pensam, a acne não ocorre somente na adolescência. Na fase adulta, a temida doença também pode surgir, sendo mais comum em mulheres.
De acordo com Dra. Carolina Marçon, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, “estudos têm demonstrado que mulheres são mais propensas do que os homens a desenvolver acne na idade adulta. Mas, felizmente, hoje há uma série de terapias comprovadas para controlar a acne da mulher adulta e muitas também fornecem alguma ajuda com os primeiros sinais de envelhecimento, que muitas mulheres adultas enfrentam.”
Dra. Carolina explica que a acne em mulheres é fortemente influenciada por fatores hormonais, independentemente da idade. E ressalta um importante primeiro passo para cuidar da acne na fase adulta: determinar o tipo específico de acne do paciente e sua gravidade. “A doença é geralmente classificada como inflamatória, forma mais grave de acne com a presença de nódulos profundos generalizados, ou acne não-inflamatória, caracterizada por cravos e espinhas. Para cada tipo de acne, existem várias terapias que podem limpar a pele, reduzir recidivas futuras, e, em alguns casos, melhorar os sinais do envelhecimento.”
A dermatologista também comenta sobre os medicamentos que contém derivados de vitamina A, mais conhecidos como retinoides tópicos, que são muitas vezes prescritos como uma terapia de primeira linha para o tratamento da acne inflamatória e não-inflamatória. “Retinoides tópicos impedem a formação de espinhas, diminuindo a inflamação e ajudando na redução da secreção sebácea (oleosidade da pele). Além disso, essa terapia estimula a produção de colágeno, minimizando as rugas e melhorando a aparência da pele danificada pelo sol.”
Outro fator que os dermatologistas levam em consideração na escolha do tratamento adequado, é o tipo de pele do paciente. A rotina de cuidados pessoais com a pele deve trabalhar lado a lado com a prescrição de medicamentos para tornar o tratamento mais efetivo. Por exemplo, na pele oleosa, a combinação de lavagem com produtos contendo ácido salicílico e o uso de medicamentos tópicos, pode trazer benefícios adicionais. Hidratantes mais leves, que contenham ingredientes que reduzam o brilho facial, ou um primer específico, podem ser aplicados na pele para melhorar a aparência de oleosidade.
A terapia a laser ou luz podem ser uma opção de terapêutica adjuvante para o tratamento da acne. “Alguns aparelhos podem tratar lesões de acne e ajudar a remover o excesso de oleosidade da pele, proporcionando ainda benefícios anti-inflamatórios e antibacterianos. Outros podem tratar eficazmente manchas escuras ou vermelhas associadas com a acne e melhorar a aparência de cicatrizes após a cura das lesões. Muitos lasers utilizados para tratar a acne fornecem benefícios adicionais para os sinais comuns do envelhecimento, como a suavização de rugas e melhora do tom e textura da pele”, completa a Dra. Carolina.
Para evitar o aparecimento da acne, a dermatologista recomenda alguns cuidados:
- Lave o rosto com produto específico para a pele, indicado pelo dermatologista, duas vezes por dia;
- Não abuse dos produtos para o tratamento da acne. Mais não é necessariamente melhor, o uso excessivo pode causar vermelhidão e irritação;
- Evite manipular (espremer) as espinhas, para minimizar o trauma na pele e evitar a formação de cicatrizes;
- Escolha a maquiagem certa para o seu tipo de pele. Base mineral pode proporcionar uma boa cobertura sem causar obstrução dos poros. Corretivos mais densos e específicos podem mascarar manchas escuras e/ou vermelhas;
- Use proteção solar adequada, pois os medicamentos para acne deixam a pele mais sensível ao sol.
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