Em geral, quando o organismo ingere uma grande quantidade de açúcar ocorre o contato com proteínas, principalmente o colágeno, e isso compromete a elasticidade da pele. Nesse processo todo, existe a glicação, que na prática é a soma entre proteínas e carboidratos, mas de forma inadequada. Dessa maneira, além de não haver a interferência de enzima nos processos, as células não atuam como deveriam na região.
Para a dermatologista Claudia Marçal, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, o açúcar contribui para o envelhecimento por causa dessa interferência nas proteínas. “De modo geral, essas proteínas cruzadas modificam a estrutura da pele, o que favorece a perda de elasticidade, luminosidade e capacidade de regeneração. O mesmo ocorre na estrutura capilar e das unhas, uma vez que a base destes dois itens é a derme [tecido conjuntivo]”, destaca.
Para entender melhor as desvantagens do excesso de açúcar no organismo, a dermatologista cita o que ocorre na pele de quem possui diabetes. “Como a pessoa tem excesso de açúcar no organismo, então, a pele se apresenta sem viço, sem elasticidade, amarelada e ainda existe a dificuldade de cicatrização”.
Açúcar e acne
O excesso de açúcar no corpo também contribui para piorar a acne na pele. Isso acontece porque neste cenário existe uma inflamação e, com a presença do açúcar, aparecem novas moléculas. Muitas vezes, elas não são reconhecidas pelo organismo e surgem inflamações subclínicas, as quais não são visíveis.
Alimentos que se transformam em açúcar
Para a médica, é preciso ter cuidado não apenas com o consumo de açúcar em sua forma mais simples. “É importante se atentar para os carboidratos, farináceos brancos, que também se transformam em açúcar no final. Então, consumimos açúcar indiretamente o tempo todo para gerar energia. Este processo se acumulará no organismo e inicia-se a glicação”.
Como combater a glicação
Graças aos estudos e avanços tecnológicos na área, existem no mercado produtos que agem como antiglicante e deglicante (revertendo o processo de glicação). “O nutracêutico Glycoxil é um peptídeo biomimético da carcinina que atua como antioxidante, antiglicante e desglicante, possui a capacidade de bloquear o açúcar excedente, impedindo que se liguem as proteínas ao colágeno. Ele também desliga o açúcar que se ligou ao colágeno revertendo o processo. Dessa forma, devolvemos as proteínas as suas características iniciais e funcionais. E também por proteger da ação dos raios UVB, protege o DNA celular dos danos oxidativos. A associação com silício orgânico biodisponível Exsynutriment age melhorando o aspecto da pele, dando mais firmeza”, explica a dermatologista.
Para potencializar, o uso tópico é fundamental: “Alistin é a opção tópica do Glycoxil, também impedindo essa reação de glicação”, explica. De qualquer forma, a dermatologista pontua que antes de adquirir esses produtos, é importante ter prescrição médica. Os itens podem ser encontrados em farmácias de manipulação.
Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.