Pode não parecer, mas as unhas não têm apenas função estética, sendo também extremamente funcionais. Além de oferecer proteção às pontas dos dedos, as unhas também servem para indicar quando algo pode estar errado em nosso organismo. “O diagnóstico das unhas pode indicar desde doenças sérias até falta de vitaminas. Por exemplo, unhas quebradiças e com manchas brancas podem representar tanto uma simples alergia causada por produtos como esmaltes, detergentes e sabonetes, como podem ser indícios de problemas relacionados a carência de ferro, ácido fólico e vitamina B12″, explica a Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD).
Por isso, é sempre bom ficar de olho em mudanças na coloração, no formato e na textura das unhas, que devem permanecer sempre fortes, transparentes e lisas. Segundo a especialista, unhas alargadas, curvadas para baixo e com coloração arroxeada podem ser sinal, por exemplo, de doenças cardíacas e problemas que afetam a circulação, como asma e bronquite. “Já unhas amareladas, grossas e com dificuldade de crescer podem ser sinal de doença pulmonar ou artrite reumatoide”, afirma a médica. “Além disso, mudanças como o descolamento da unha, coloração preto esverdeada, vermelhidão e inchaço podem ser resultados de uma infecção bacteriana ou fúngica grave.”
É possível ainda que as alterações nas unhas sejam sintomas de problemas mais sérios, como psoríase, se apresentarem depressões puntiformes, superfície rugosa e enfraquecimento, ou diabetes, quando as unhas se tornam grossas, avermelhadas e com pequenas veias ao redor, podendo ocasionar também micoses frequentes, engrossamento e endurecimento das pontas dos dedos. “É importante ainda que você fique atento a formação de manchas escuras sob as unhas. Isso por que, além de estarem relacionadas a micoses, uso de alguns medicamentos e pequenos traumatismos nas regiões, essas faixas negras podem indicar, em casos mais graves, câncer do tipo melanoma, o mais grave câncer de pele”, alerta a Dra. Valéria.
Mas nem todas as mudanças nas unhas são realmente perigosas, podendo ser causadas, por exemplo, por pequenos traumas, como roer as unhas, ou pelo uso constante de produtos de limpeza sem a proteção de luvas. Para evitar este problema, é importante tomar alguns cuidados como adotar uma alimentação saudável, de preferência rica em proteínas, ingerir de 2 a 3 litros de água por dia, fazer uso diário de hidratantes e evitar a exposição prolongada à água e detergentes. “O ideal é que você evite também retirar completamente as cutículas. Isso por que elas têm função de proteção e impedem a passagem de água e outras substâncias nocivas para dentro da matriz da unha, favorecendo o crescimento de fungos responsáveis por alterações passageiras”, destaca a dermatologista.
De qualquer forma, é interessante sempre observar o estado de suas unhas. Para isso, o recomendado é não utilizar esmaltes por, pelo menos, 10 dias no mês, sendo assim possível acompanhar qualquer tipo de alteração. “Porém, dificilmente uma doença será descoberta somente por conta dessas mudanças nas unhas. É importante que a suspeita de doenças sérias seja avaliada com diferentes tipos de exame até o diagnóstico final. Por isso, você deve consultar um dermatologista regularmente e relatar para ele sempre que você notar qualquer mudança em suas unhas. Assim, ele poderá diagnosticar o problema e indicar o melhor tratamento para cada caso”, finaliza a Dra. Valéria.
Fonte: Dra. Valéria Marcondes – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser.