Por: Prof. Isabel Piatti ( isabel@buonavita.com.br | www.buonavita.com.br)
Quando procuramos um tratamento estético, é lógico que já estamos de olho nos resultados que vamos obter. Isso é o que mais nos interessa. Tanto que aquelas fotos de antes e depois nas clínicas de estéticas e nos anúncios de tratamentos e de produtos cosméticos sempre atraem mesmo os olhares mais desatentos. Mas você, como profissional, sabe como oferecer os melhores resultados para os seus clientes? E você, consumidor, sabe como procurar os melhores profissionais e os melhores tratamentos para obter o resultado tão desejado?
Resultados eficazes e satisfatórios em um tratamento estético dependem de vários fatores, inclusive da escolha do cosmético adequado para determinado tratamento, por isso tanto o profissional quanto o cliente devem estar atentos a essa escolha. Por que dizemos isso? Quando se escolhe, por exemplo, os produtos com as bases cosméticas adequadas, significa que o profissional terá um produto trabalhando a seu favor e não precisará de muitas manobras de massagem para alcançar o mesmo resultado, ou então que, com esse produto, aliado à sua técnica, os resultados serão ainda mais potentes.
Esse é um fator muito importante inclusive porque hoje em dia está comprovado que uma parcela relevante de profissionais estetas estão se aposentando precocemente devido à movimentos repetitivos e sobrecarga de esforços. Por isso vale reforçar que eles já contam com alta tecnologia disponibilizada em forma de cosméticos voltados à sua segurança e benefício de sua saúde, e totalmente favoráveis a resultados satisfatórios aos seus clientes. No final, todos são beneficiados e saem satisfeitos.
E o segredo na escolha dos produtos cosméticos é muito simples. Basta optar por utilizar cremes com bases biocompatíveis, que não necessitam de uma grande quantidade de produto para o deslizamento devido à qualidade da base e à dosagem dos ativos na formulação. O que isso quer dizer na prática? Que são esses ativos e sua sinergia que proporcionarão o resultado e não a quantidade de manobras de massagem e o esforço dispensado em realizá-las.
As bases levam esse nome porque são compostas 100% de óleo vegetal e totalmente compatíveis com a membrana celular, permitindo permeação efetiva dos ativos presentes na formulação. Esse é um grande diferencial que o consumidor deve procurar nos produtos cosméticos, pois a prática comum do mercado utiliza um misto de óleo vegetal e mineral, ou pior, apenas óleo mineral, que até rendem manobras de massagens mais extensivas, porém causam malefícios à pele, como risco de toxidade e sensibilização, além de impedirem a ação dos ativos. No final, o profissional se sobrecarrega em esforço físico, mas o produto não faz efeito simplesmente porque essa substância impede a permeação dos outros ativos. Além disso, o óleo mineral não possui valor nutritivo, não é absorvido pela pele e não promove hidratação, pelo contrário, tem ação comedogênica
E isso não é apenas conversa não. Existem na literatura vários artigos que comprovam os malefícios do óleo mineral. Com relação aos riscos para os indivíduos constantemente expostos a essa substância, como os profissionais de saúde estética, foi comprovado que eles possuem uma maior predisposição de apresentarem o anticorpo fator reumatoide positivo, que está relacionado a várias doenças de caráter reumático, e que eles possuem um risco aumentado de desenvolver artrite reumatoide.
Esse risco é ainda maior quando o indivíduo possui um genótipo que favorece esse tipo de predisposição e quando o indivíduo é exposto simultaneamente a outros agentes ambientais (fatores epigenéticos) que induzem artrite reumatoide, pois sabe-se que o óleo mineral está presente em vários produtos do nosso dia-a-dia, não sendo restrito apenas a cosméticos. Então o ideal é abolir de uma vez por todas a presença do óleo mineral de seu dia a dia.
Para identificar sua presença em um produto verifique sempre a descrição completa da formulação dos ingredientes no rótulo. Se constarem as palavras mineral oil, paraffin oil ou paraffinum liquidum (petrolato), o produto terá sua eficácia diminuída, pois contém óleo mineral, agente notadamente tamponante.
Para ser considerada biocompatível, a base também deve estar livre de outras substâncias nocivas, como os conservantes parabenos, propilenoglicol, parafina e conservantes liberadores de formol (DMDM Hidantoin e Imidazolidinil Urea). No caso dos parabenos, estudos mostram que além de potencial estrogênico, apresentam ação uterotrófica, ou seja, pode apresentar efeitos tóxicos sobre o sistema endócrino interferindo com a regulação hormonal e o sistema reprodutor. Estudos com biomarcadores para substâncias químicas com atividade estrogênica comprovaram o potencial estrogênico dos parabenos no organismo.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos avaliou 8 produtos cosméticos que continham parabenos em sua formulação, e como resultados, os autores encontraram que 6 apresentaram atividade estrogênica. Também foi mostrado que a exposição aos parabenos está associada a riscos maiores de alterações no ciclo menstrual, na fertilidade e na predisposição a cânceres de origem hormonal. Ademais, os riscos não envolvem apenas alterações endócrinas, pois existem células de câncer de mama que são altamente responsivas a estrógeno, e estudos mostram que os parabenos, por se comportarem como estes hormônios, também são capazes de induzir a proliferação dessa linhagem celular cancerígena.
Os parabenos, justamente por terem essa ação semelhante à do hormônio feminino estrogênio, são contraindicados em tratamentos estéticos, pois esses, em alguns casos, estão diretamente ligados ao aparecimento de alterações inestéticas como a acne, celulite e também manchas, é que o uso de produtos cosméticos com presença de parabenos é contraindicado nos tratamentos estéticos. É como se você estivesse tratando a alteração justamente com o que a provoca, o que por si só já é contraditório. Para identificar a presença desse componente procure na formulação por: methylparaben, propylparaben, ethylparaben, isobutylparaben, butylparaben, benzylparaben e isopropylparaben. Algumas opções de conservantes já adotadas pelo mercado são o phenoxyethanol, methylisothiazolinone, caprylyl glycol, potassium sorbate, entre outros.
Outra substância nociva para o organismo que é constantemente encontrada em cosméticos é o propilenoglicol. Possui grande capacidade alergênica e irritativa, além de ser o responsável por desencadear reações cutâneas como dermatite de contato irritativa, dermatite de contato alérgica, urticária de contato e irritação subjetiva. Quando ocluídos, os cosméticos contendo propilenoglicol têm suas capacidades irritativas aumentadas. Já os liberadores de formol são altamente capazes de induzir reações alérgicas, principalmente em trabalhadores constantemente expostos a essas substâncias como esteticistas, massagistas, cabeleireiros, entre outros.
Além disso, as bases biocompatíveis também são importantes por fazerem parte de um novo conceito internacional de qualidade que vem crescendo no mercado – o dos cosméticos ecologicamente corretos, que oferecem mais segurança. Ricas em ômegas 3, 6 e 9, quando em formulações cremosas ou gel creme, elas são importantes para garantir a segurança e eficácia dos cosméticos. E isso, com certeza, é sinônimo de melhores resultados em seus tratamentos estéticos.