Creme com protetor solar funciona? Dermatologista responde!

shutterstock_220761097Todo mundo já sabe que o filtro solar é indispensável para proteger a pele dos efeitos nocivos do sol. E graças aos avanços da tecnologia na indústria de cosmético, é possível encontrar no mercado produtos de tratamento (para acne, mancha e anti-idade, por exemplo) com FPS (Fator de Proteção Solar), desde cremes, loções, séruns e até maquiagens. Mas será que esses produtos protegem mesmo e dispensam o uso do protetor solar?

A Dra. Claudia Marçal, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que quando o assunto é proteção, o protetor solar não deve ser substituído: “O ideal é utilizá-lo junto à rotina de beleza, depois da hidratação e revitalização da pele e antes da aplicação da maquiagem. Contudo, na ausência do filtro solar, alguns produtos de tratamento com FPS [cremes faciais e bases] podem garantir certa proteção, mas, claro, com muito menos eficácia”, afirma.

Cremes faciais de tratamento com FPS

Ao utilizar creme facial com FPS e dispensar o filtro solar, é preciso considerar questões importantes. “Se a pessoa está na praia ou à beira da piscina, o mais indicado é usar o próprio filtro solar, pois o creme facial com FPS não será suficiente para garantir a proteção necessária. É preciso considerar também que alguns produtos não são resistentes à agua, como os filtros solares”.

A médica cita que as pessoas tendem a passar quantidades pequenas do creme facial no rosto. “Obviamente, a ação do FPS é reduzida e a pele exposta corre mais riscos, diante da exposição solar. Lembrando que se o creme facial não contiver FPS, é imprescindível o uso do filtro após a aplicação do creme e antes da maquiagem”, afirma a Dra. Claudia.

A dermatologista destaca, no entanto, que em ambientes fechados, o uso de produtos de tratamento com FPS pode ajudar, mas o filtro deve ser passado depois de quatro horas, para que a proteção contra luz visível seja eficiente.

Maquiagem com FPS

As bases com FPS também podem não garantir a proteção necessária. Como no caso dos cremes, nem sempre toda a área do rosto é coberta e as pessoas tendem a utilizar quantias mínimas do produto na pele. As bases tipo BB Cream são práticas para o uso no dia a dia, mas os ingredientes contidos em sua formulação devem ser levados em consideração.
“No caso da pele com acne, é importante optar pelo uso de produtos com toque leve, seco e que seja oil free [livre de óleo]. Essa regra se aplica tanto para cremes, quanto maquiagem”, afirma.
Para quem busca praticidade, mas não abre mão da proteção, a Dra. Claudia indica o uso de filtro solar com coloração, tipo base facial. “A cor hoje é o que mais protege contra a luz visível. Filtros de alta cobertura, com base e cor, fazem parte dos últimos lançamentos em fotoproteção. A cor serve como uma barreira de proteção”, declara.

FPS e filtros físicos

De forma geral, é importante mencionar que o FPS indica a quantidade de tempo que a pele fica protegida quando é exposta ao sol. Outro detalhe importante, nem sempre o FPS alto garante a proteção adequada.” Isso porque os raios UVA e InfraRed furam o bloqueio dos filtros químicos de alguns produtos de fotoproteção e causam danos, como o fotoenvelhecimento”, afirma dermatologista Dra. Claudia Marçal.

A dermatologista também destaca a importância em se atentar ao PPD (Persistent Pigment Darkening) na embalagem dos filtros solares. Esse índice mostra o grau de proteção contra os raios UVA. Normalmente, o PPD é indicado nos produtos por meio de sinal de uma cruz (duas ou três cruzes indicam alta proteção).
A solução, então, é investir em produtos com filtros físicos bloqueadores à base de dióxido de titânio, óxido de ferro e zinco, associados a antioxidantes como OTZ 10, Alistin e o extrato da flor de Edelweiss para reparo imediato da ação danosa dos raios solares.

“Os filtros físicos são como uma parede de tijolos onde a luz bate e volta. Não tem absorvência, tem refletância: e, com isso, há um impedimento de todos aqueles danos cumulativos dos filtros químicos, que são altamente instáveis; então, na sudorese, na água do mar, cloro da piscina, vento e exposição da pele aos fatores ambientais, as moléculas químicas do filtro solar ficam mais instáveis e provocam a perda efetiva de proteção”, explica.

Ainda sobre a importância da utilização do filtro solar, a dermatologista enfatiza: “o uso dos produtos não é apenas essencial contra o fotoenvelhecimento, mas sem o filtro solar a pele sofre com degeneração do DNA cumulativo das sunburn cells (células que surgem na pele após alta exposição aos raios UVA), da predisposição a cancerização das manchas e perdas da arquitetura elástica e de colágeno da pele”.

Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.



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