O diabetes acomete cerca de 390 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileia de Diabetes estima que a doença atinja 13 milhões de brasileiros. Mais da metade deles desconhece ter a doença. Apesar de crônica, se tratada de forma precoce e adequada, o diabetes pode ser controlado, evitando-se assim complicações como a amputação de membros inferiores. O Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, aproveita o Dia Mundial do Diabetes (14/11) para alertar a população sobre os cuidados que quem sofre da doença deve ter com a saúde de seus pés.
A ferida do pé no paciente diabético é resultado de uma combinação de fatores. A diminuição da sensibilidade predispõe à ocorrência de traumas e ferimentos que passam desapercebidos ou não são adequadamente tratados e colocam o paciente em alto risco de infecções graves e amputações. Dados epidemiológicos mostram que 80 % das amputações não traumáticas são devidas à presença do diabetes e 85% destas amputações são precedidas pela ulceração do pé.
De acordo com a cirurgiã plástica Isa Dietrich, as úlceras costumam acometer 15% dos diabéticos. “O diabético é mais vulnerável ao surgimento de feridas por causa da diminuição da sensibilidade dos pés e isso, aliado à falta de controle da glicemia e à diminuição da irrigacão sanguínea e predisposição a infecções, também comuns no diabetes, aumenta consideravelmente os riscos de amputações”, afirma a especialista.
Dados de estudos do Ministério da Saúde mostram que 70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais. Metade dos pacientes que teve um lado do corpo amputado sofrerá uma nova amputação do outro lado do corpo. Os números dizem ainda que 50% dos diabéticos amputados morrem em no máximo cinco anos após a primeira amputação.
Cuidado permanente
A especialista alerta sobre a importância do exame diário dos pés. “O paciente deve ficar atento e procurar um médico ao menor sinal de rachaduras, frieiras, calos, cortes, feridas e deformidades dos dedos e planta do pé. Aqueles que têm dificuldades de fazer o autoexame podem usar um espelho para ter uma visão completa de todo o pé ou pedir ajuda de um parente, cuidador ou enfermeiro. ”, diz a médica.
Manter os níveis glicêmicos sob controle, não andar descalço inclusive em praias ou piscinas, cortar as unhas dos pés em podólogos, usar calçados adequados e, principalmente, examinar diariamente os pés tratando precocemente qualquer ferida pode reduzir em até 58% as amputações.
Como o diabético deve cuidar da saúde de seus pés |
• Examinar os pés diariamente com a ajuda de um espelho;• Consultar um médico especialista em pés diabéticos anualmente;
• Os pés do diabético devem ser submetidos a avaliação médica anual, mesmo que não haja alterações; • Manter os níveis de glicemia controlados; • Lavar os pés com água morna para evitar queimaduras provocadas pela água quente; • Secar os pés delicadamente, sem esfregar, usando uma toalha macia; • Manter a pele dos pés hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas; • Usar meias de algodão ou lã, sem costuras; • Lavar e secar as unhas antes de cortá-las; • Cortar as unhas em um profissional e avisá-lo de que é diabético; • Utilizar alicate ou tesoura apropriados para o corte das unhas; • O corte das unhas deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas; • Não cortar os calos e não usar abrasivos; • Não andar descalço. Os pés devem estar sempre protegidos, inclusive em praias e piscinas; • Usar calçados fechados, macios, confortáveis e com solados que ofereçam firmeza ao caminhar; • Evitar sapatos apertados, duros, de plástico ou couro sintéticos; • Evitar sapatos com pontas finas, saltos muito altos e sandálias que deixem os pés desprotegidos; • Calçados novos não devem ser usados por mais de uma hora por dia, até que estejam macios. |
Sobre o Hospital
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos melhores centros hospitalares da América Latina, é referência em serviços de alta complexidade, com foco em Oncologia, Cardiologia, Neurologia, Ortopedia e Doenças Digestivas. Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital possui uma das maiores casuísticas do país e concentra seus esforços na busca permanente da excelência do atendimento integral, individualizado e qualificado ao paciente, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio do ensino e da pesquisa. Com mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital dispõe de 327 leitos de internação, sendo 21 salas de cirurgia, 44 leitos na Unidade de Terapia Intensiva e Pronto Atendimento 24 horas. Além disso, oferece uma das mais qualificadas assistê ;ncias do país e Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde.
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