A força gravitacional agora está entre as preocupações das marcas dermocosméticas. Os fatores ambientais como raios ultravioleta, calor, poluição e maus hábitos como o cigarro permanecem como os grandes vilões da pele, no entanto recentes pesquisas internacionais da Dior Science colocam a gravidade como uma preocupação. “Essa força diminui a resistência de nossa pele”, explica a Dra. Claudia Marçal, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. “Principalmente quando não há hidratação com uso de ativos que promovam estímulo ao colágeno, à energia mitocondrial, à renovação celular e que controlem o encurtamento dos telômeros, a força gravitacional colabora para o envelhecimento precoce com consequente aparecimento de rugas e perda da volumetria facial. A falta dessa hidratação demonstra uma pele envelhecida, que é acentuada com certeza pela força da gravidade”, acrescenta. Em termos práticos: a força gravitacional pode acentuar o aparecimento de linhas finas, flacidez e rugas. Mas não há necessidade de viajar para ambientes “gravity-free” para manter a pele jovem. Isso porque novos tratamentos focam na firmeza e na reposição do volume perdido — e a boa notícia é que eles são preventivos e reparadores!
Para evitar que a gravidade acelere o envelhecimento precoce, a Dra. Claudia Marçal explica que primeiramente é recomendável buscar a orientação de um dermatologista, que poderá orientar sobre o uso de tecnologias e cosméticos cujas formulações apresentem bio e nanotecnologia. “Ou seja, por meio da vetorização dos ingredientes, é possível fazer com que esses princípios ativos atinjam realmente o local desejado. Antigamente as formulações dificilmente passavam da epiderme e do estrato córneo. Hoje, já temos ciência — e caracteristicamente por fruto de pesquisa, estudo e microscopia eletrônica — que aqueles ativos que devem agir, por exemplo, na junção dermoepidérmica (produzindo colágeno 7, que tem função de ancoragem e sustentação mantendo a firmeza) são eficientes, já que há estímulo na área tratada”, analisa.
De olhos nas fórmulas — A dermatologista afirma que as fórmulas antigravidade agem na rearquitetura facial, com ativos como Sculptessence, de alta aderência ao relevo cutâneo, que promove efeito tensor e lifting para tratamento de rugas dinâmicas e estáticas. “O ingrediente possui ação remodeladora do contorno facial. Além disso, forma um filme protetor contra a degradação do colágeno, combate a flacidez cutânea e remodela o oval do rosto”. A dermatologista Dra. Claudia afirma também que é interessante o uso de séruns que trazem vitalidade ao melhorar a microcirculação local e proporcionam ação antioxidante e antiglicante. “A questão da hidratação é um ponto importante, principalmente no quesito preventivo. Gosto muito dos manipulados com Sirhamnose, com ação antiage efetiva na junção dermoepidérmica, com estímulo da síntese de colágeno 4 e 7 e proteínas âncoras da junção”.
Especificamente na questão da gravidade, a médica recomenda substâncias de retenção de água, antirradicais livres, e que retirem do meio intra e extracelular os resíduos que atrapalham no bom funcionamento das estruturas. “Sendo assim, renovadores celulares como Lanablue, ricos em Vitamina B e aminoácidos, fazem com que as células cheguem mais oxigenadas à superfície”, diz. “É necessária a associação com ativos como Progenitrix, que age nas células progenitoras incentivando a renovação e proliferação celular, principalmente na junção dermoepidérmica, o que garante uma pele menos flácida. Além disso, é um excelente hidratante”, acrescenta.
Outro ponto fundamental é a questão da energia mitocondrial com ativos como Arct Alg, que triplica a produção de ATP (energia). “Isso é fundamental para enfrentar a ação da gravidade e conferir resistência à pele, principalmente de maneira preventiva. Quando pensamos em uma pele envelhecida, devemos atuar de forma protetora, com uso do Tetraisopalmitato de Ascorbila, a Vitamina C estabilizada em ésteres, que confere ação imunoprotetora contra a degradação do colágeno, ao mesmo tempo em que vai estimular a síntese de colágeno”, recomenda. “E ativos como Procollasyl, que atua diretamente sobre os fibroblastos e intensificam o ciclo de reparação celular”.
Se a pele fotoenvelhecida apresentar rugas profundas, além do uso de tecnologias como radiofrequência microagulhada, o dermatologista pode associar alfa-hidroxiácidos e retinóides em sinergia com antioxidantes e antiglicantes como Alistin. “Para recuperação de volume, o uso de volumizadores como Adipofill, que estimula a lipogênese e aumento das triglicérides no interior do adipócito, é fundamental. Esse ativo está muito em alta em formulações no exterior porque estimula a manutenção e recuperação das ilhas de gordura que sustentam a nossa pele”, garante.
O mercado dermocosmético brasileiro já apresenta esse ingrediente nos produtos da Under Skin (SAC 0800-7289700): U.SK Miracle Awake Serum (R$ 352,00) e U.SK Desire Sculpt Serum (R$387,00), que também contam com ingredientes que mantêm o gradiente de cálcio na camada superior da epiderme para manter o tônus e a resistência, detoxificantes celulares, limitadores do encurtamento dos telômeros e agentes tensores.
Outro ingrediente que deve fazer parte dos cosméticos de tratamento são os Fatores de Crescimento, segundo a dermatologista. “Fator de Crescimento é responsável não só pelo reparo, regeneração, mas também pela proliferação e comunicação celular. Isso faz com que eu consiga ter uma pele mais preenchida”, explica.
O ácido hialurônico, grande destaque nas formulações anti-idade, permanece nas fórmulas, mas com uma novidade: a combinação de pesos moleculares diferentes. “Em uma grande quantidade e em pesos moleculares diferentes do ácido hialurônico, nós conseguimos fazer com que a matriz extracelular, onde ficam as fibras de colágeno e elastina, seja mais estimulada, mais preservada e muitas vezes recuperada, principalmente com o uso do ácido hialurônico fragmentado, vetorizado”, explica.
Vitaminas orais — A indicação desses cosméticos é preventiva, a partir dos 30 anos, e também de tratamento para peles que já apresentam sinais de envelhecimento, de acordo com a dermatologista. “Dependendo do caso, deve sim ser associado a procedimentos dermatológicos e vitaminas orais como Exsynutriment que atua na firmeza e sustentação da pele, e Bio-Arct, que vai triplicar a energia mitocondrial de dentro para fora. Quanto mais precocemente se iniciar a proteção da pele, hidratação e nutrição com ativos antioxidantes e antiglicantes, mais tarde as rugas, linhas e flacidez aparecerão, mesmo com a força gravitacional”, explica.
Procedimentos — A dermatologista ressalta a importância de consultar um médico especialista. “Os tratamentos com cosméticos antigravidade podem e devem ser associados a lasers e radiofrequência”, explica. Uma das novidades é o ThermiRF, uma radiofrequência aplicada internamente e externamente, quebrando paradigmas da técnica convencional, oferecendo multibenefícios, principalmente nas principais alterações (flacidez, linhas e rugas) potencializadas pela gravidade.
Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.