No decorrer do dia, a pele acumula inúmeras impurezas que contribuem para seu envelhecimento precoce, além de estimularem o surgimento de doenças como acne, manchas e irritações. “A poluição, por exemplo, libera metais tóxicos e pesados que estimulam na pele mensageiros pró-inflamatórios com formação de radicais livres que culminam na destruição do colágeno e no envelhecimento cutâneo. Além disso, as condições climáticas estão diretamente relacionadas a saúde da pele, pois afetam a função barreira cutânea, que proporciona proteção contra essas impurezas e previne a perda transepidermal de água”, explica Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma.
Para garantir a remoção completa dessas impurezas e estimular a manutenção da barreira cutânea, a limpeza facial diária é essencial e deve ser realizada de acordo com o tipo de pele de cada pessoa. “Em peles mais secas e sensíveis, é recomendado realizar a limpeza com demaquilantes ou produtos micelares que combinam óleo e água. Já em peles mais oleosas, pode-se usar sabonetes líquidos ou em barra com alguns princípios ativos que tratem e absorvam a oleosidade”, afirma o especialista. “Após a limpeza, é importante também realizar a tonificação da pele, para normalizar o pH do tecido.”
Além disso, é importante também realizar regularmente uma limpeza de pele profunda para desintoxicar, oxigenar os poros, auxiliar no processo de renovação celular e manter uma pele macia e saudável. “Este tipo de limpeza é indicado para a remoção de cravos e miliuns e para ajudar no equilíbrio das peles seca, normal, oleosa e mista, podendo assim ser realizada tanto no rosto quanto em outras partes do corpo, como colo e costas”, completa o pesquisador.
Segundo Lucas, a grande maioria das limpezas profundas de pele segue um passo a passo com etapas bem definidas, que vão desde a higienização da pele até a aplicação do filtro solar, e duram em média uma hora. “A sessão inicia-se com a assepsia, que consiste na higienização da pele com o objetivo de remover maquiagem, cosméticos e impurezas decorrentes da poluição e oleosidade. Após a assepsia, é feita a esfoliação para promover um afinamento da camada mais superficial da pele, facilitando assim a extração de cravos e aumentando a permeabilidade dos ativos utilizados no procedimento”, destaca.
Em seguida, inicia-se o processo de extração, onde a pele é submetida a um vapor com ozônio, que tem como finalidade abrir os poros para facilitar a drenagem dos cravos, que são espremidos com os dedos, e miliuns, extraídos com a ajuda de uma microagulha. “Após esta etapa, é utilizado um aparelho de alta frequência para cicatrizar a pele e atuar como anti-inflamatório. Para finalizar são realizadas massagens e aplicações de compressas com loções calmantes, máscaras hidratantes e fotoprotetores”, explica o especialista.
A periodicidade da limpeza vai depender do tipo de pele do paciente. Peles normais e secas, por exemplo, podem repetir a limpeza a cada dois meses. Já peles mistas e oleosas exigem um cuidado maior e devem realizar a limpeza mensalmente. “Porém, a limpeza complexa da pele deve ser realizada apenas por profissionais habilitados, como esteticistas e dermatologistas, devido às complicações que podem surgir durante o procedimento”, finaliza Lucas Portilho.
FONTE: LUCAS PORTILHO – Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Formulações do ICosmetologia.