Produzido pelo organismo, o ácido hialurônico está presente na matriz das células, preenchendo os espaços entre elas e dando maior sustentação. Quando jovem, a pele é lisa e elástica graças à alta presença dele. Com o avanço da idade, a sua quantidade diminui e isso contribui para o surgimento de rugas na face.
“Foi desenvolvido um produto que seria o mais próximo possível da substância original justamente para ajudar no combate dos sulcos”, conta a cirurgiã plástica Dra. Alessandra Haddad, formada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Assim surgiu o ácido hialurônico injetável, responsável por dar mais firmeza e sustentação à derme. O Restylane® foi o primeiro ácido hialurônico a ser lançado no mercado mundial. De origem não animal, sintetizado em laboratório, o composto é muito semelhante ao produzido pelo organismo, o que o torna um produto com alta biocompatibilidade.
Abaixo, a médica comenta alguns mitos e verdades relacionados ao produto utilizado nesses procedimentos estéticos.
O ácido hialurônico pode ser aplicado apenas em pessoas mais velhas.
MITO. A substância não tem idade mínima para ser recomendada. “Uma moça de 21 anos pode melhorar o aspecto de seus lábios ou de suas olheiras, uma mulher de 50 pode melhorar os sulcos e dar sustentação à pele, uma senhora de 65 tem o direito de reidratar ou naturalmente sustentar o rosto”, afirma a médica. Mas ela ressalta que é importante atentar-se às limitações da sua pele e da sua idade.
Ácido hialurônico e toxina botulínica são a mesma coisa.
MITO. Enquanto o primeiro é um preenchedor, capaz de elevar as áreas de aplicação, a toxina é um relaxante muscular que, quando aplicado no músculo, relaxa-o e diminui sua movimentação por um período de quatro a seis meses. “O ácido hialurônico é colocado na pele, e a toxina, no músculo. São locais e ações completamente diferentes”, afirma a Dra. Alessandra Haddad.
O efeito do ácido hialurônico é imediato.
VERDADE. Os resultados da aplicação de ácido hialurônico são instantâneos. A substância acomoda-se a pele nos primeiros dias e semanas, mas já mostra seus efeitos logo que a paciente sai do consultório. Por sua vez, a durabilidade não é permanente. “Depende de cada pessoa, do produto escolhido, da profundidade da injeção e da movimentação da área”, comenta a médica. Na boca, por exemplo, onde há mais movimento do que em outras regiões do rosto, há menor durabilidade do produto, sendo necessárias aplicações mais frequentes.
O procedimento de aplicação do ácido hialurônico é bastante dolorido e pode descamar ou queimar a região tratada.
MITO. O médico realiza a aplicação após cobrir a área tratada com uma pomada anestésica. “Além disso, o ácido hialurônico de boa qualidade e procedência confiável vem com anestésico incorporado ao produto. Em geral, quase não dói”, diz a Dra. Alessandra. Claro que dor é algo individual – a tolerância varia para cada um -, mas a substância não faz arder ou descamar a pele.
O ácido hialurônico injetável não substitui o filtro solar.
VERDADE. Nem o injetável nem o em creme. “A substância não substitui seu creme noturno, muito menos o protetor solar”, afirma a médica. O ácido hialurônico injetável é indicado para promover uma hidratação profunda da pele, já que ele atravessa todas as camadas da pele, hidratando de dentro para fora.
A aplicação de ácido hialurônico injetável é um procedimento sério e médico.
VERDADE. A Dra. Alessandra Haddad considera que o tratamento deve ser realizado com responsabilidade e seriedade. “Médicos especialistas são preparados durante seus seis anos de formação acadêmica e outros três mínimos de residência. Além disso, há a questão de higiene e contaminação envolvida”, conta a profissional. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fiscaliza os consultórios médicos, dando uma certificação para os trabalhos e mantendo um padrão de normas de segurança e controle.