As manchas da pele são provocadas por um pigmento chamado melanina, que dá cor ao tecido, e podem se tornar ainda mais evidenciadas quando expostas a fatores como mudanças hormonais, poluentes ambientais, exposição solar e o próprio envelhecimento. Estas manchas, além de afetarem a autoestima, podem ser sintomas de uma lesão pré-maligna como o câncer de pele. “Devido a estes fatores, é necessário que o tratamento destas desordens seja realizado de forma pontual, com cremes manipulados com ativos específicos que auxiliarão no controle das alterações, após avaliação médica”, afirma Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma. Hoje, já existem diversos ingredientes que tratam as manchas e, com o avanço das pesquisas e tecnologias, todos os anos surgem cada vez mais ativos para tratá-las.
Segundo o especialista, um destes novos ingredientes para o tratamento de manchas é a glutationa, um dos sistemas antioxidantes mais importantes na fisiologia humana. Em um estudo realizado em mulheres filipinas entre 30 e 50 anos foi avaliada a eficácia da aplicação tópica de glutationa como agente clareador. Após as voluntárias aplicarem na pele manchada uma loção de glutationa a 2% durante 10 semanas, foi constatado que o ativo é seguro e efetivo para promover clareamento.
O uso de ativos orais que diminuam o estado inflamatório da pele também é importante. Por isso, um outro estudo avaliou a eficácia da suplementação de glutationa reduzida (GSH) como um agente clareador comparado à glutationa oxidada (GSSG). “Na análise, o índice de melanina e manchas de ultravioleta foram menores após a administração de GHS ou GSSG durante 12 semanas. Além disso, observou-se redução significativa das rugas nos indivíduos que receberam GSH e uma tendência ao aumento da elasticidade cutânea nos pacientes que receberam GSH e GSSG”, explica o pesquisador. “Desse modo, constatou-se que a glutationa oral, tanto oxidada quanto reduzida, melhora as propriedades cutâneas, o que demonstra o benefício desta suplementação quando associada a tratamentos tópicos.”
De acordo com Lucas Portilho, o ácido tranexâmico tópico também se mostrou eficaz como adjuvante no tratamento do melasma. Em estudo, 15 mulheres com melasma foram submetidas a quatro sessões mensais de luz pulsada associadas à aplicação tópica de ácido tranexâmico a 2%. Após a última sessão de luz intensa foi observada redução significativa do MI (Índice de Melanina) e do MASI (Índice de Área e Severidade do Melasma) nas regiões tratadas com o ativo. Além disso, a aplicação tópica do ingrediente preveniu a ocorrência de pigmentação rebote após as sessões de luz pulsada. “Caso observe a formação de manchas na pele é importante que você consulte um dermatologista. Apenas ele poderá dar o diagnóstico correto e indicar uma fórmula adaptada a necessidade de cada caso, com ativos e dosagens adequadas”, finaliza.
FONTE: LUCAS PORTILHO – Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Formulações do ICosmetologia.