Já ouviu falar em pilates clínico? Esse método, criado a partir do Pilates tradicional, foi desenvolvido por fisioterapeutas como um tratamento alternativo para prevenção e reabilitação de pacientes com problemas posturais, além de outras patologias.
A diferença para o pilates fitness é que o clínico é aplicado apenas por fisioterapeutas e pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive, por gestantes ou pacientes que sofrem com lesões na coluna e que não podem realizar certos exercícios do método convencional.
Segundo a fisioterapeuta da Clínica Fisio e Forma, Mônica Cumagai, a técnica não possui um repertório de exercícios, sendo totalmente ajustada a patologia de base da pessoa. “Se o paciente possui labirintite, por exemplo, adaptamos os exercícios para que não haja desconforto e para que ele consiga praticar a aula”, afirma.
Baseada nos seis princípios do pilates (respiração, centro, controle, concentração, precisão e fluidez), a técnica promove os mesmos benefícios que o método tradicional como a melhora da postura, tonificação da musculatura, diminuição da ansiedade, melhora do equilíbrio, concentração e circulação sanguínea, com diferença de um olhar clínico do fisioterapeuta, que vai criar um plano de exercícios personalizado, levando em conta vários fatores relacionados ao paciente. Julliane Rebecca, também fisioterapeuta da Fisio e Forma, ressalta que o grande diferencial está no objetivo: “restaurar a qualidade de vida do indivíduo, realizando exercícios que estimulem a musculatura que sustenta a coluna sem causar impacto nas articulações”.
O método é indicado especialmente para pessoas que já recorreram a outras terapias e que não obtiveram resultados satisfatórios. Pessoas com alterações posturais como escoliose, hipercifose, hiperlordose, protusão discal e hérnia de disco, e com outras patologias como condromalácia patelar, osteoartrose, incontinência urinária, disfunção do sono e fibromialgia devem ser as mais interessadas pela aula.
“Na primeira vinda à clínica, o paciente passará por uma avaliação com o fisioterapeuta, que traçará um projeto terapêutico singular, utilizando como técnica de tratamento o Pilates”, explica Mônica. De acordo com a especialista, a diferença pode ser notada já nas primeiras aulas, sobretudo, por pacientes que sofrem com quadros de lombalgia.
Ainda se tratando desse quadro, a especialista afirma que já existem diversos estudos que comprovam a eficácia do Pilates Clínico no tratamento da lombalgia crônica, promovendo melhoras significativas na dor.
Um desses estudos foi realizado na Itália pelo Departamento de Medicina do Esporte e Reabilitação do Instituto Ortopédico Gaetano Pini, que analisou 43 pacientes com dores lombares em um tratamento de dez dias. No fim da experiência, foi atestado que 61% dos pacientes que fizeram terapia com Pilates estavam muito satisfeitos, contra 4,5% que foram submetidos à outra técnica.
Para os interessados em experimentar a aula, o método não possui contra-indicação e não necessita de prescrição médica, salvo em casos de gestantes, que precisam de liberação. Em quadros de doenças musculoesqueléticas crônicas, o próprio fisioterapeuta tem a capacidade de ser o primeiro profissional de saúde a ser consultado. Doenças musculoesqueléticas estão relacionadas a afecções nos músculos, articulações, tendões, ligamentos, nervos, ossos e doenças localizadas do aparelho circulatório.
Para quais quadros e doenças é indicado
- Prevenção ao aparecimento de lesões
- Preparação da mulher para o parto e no pós-parto
- Tratamento de disfunções pélvicas e urinárias
- Tensões e dores fadigas e dores musculares
- Reabilitação após lesões
- Problemas de postura, força e resistência muscular
- Disfunções e dores em região da coluna
- Melhora o condicionamento físico
- Trabalho de prevenção de quedas e melhora do equilíbrio