Devido à pandemia do Covid-19 estamos passando mais tempo em casa para evitar a proliferação do vírus. Como resultado, estamos praticando hábitos que anteriormente eram deixados de lado por falta de tempo. Muitas pessoas, por exemplo, estão aproveitando o momento para colocar o sono em dia, passando mais tempo na cama. E dormir é ótimo, não há como negar. Porém, devemos ficar atentos à forma como dormimos, pois o hábito, se feito da forma errada, pode favorecer o aparecimento de sinais de idade. “Dormir com o rosto 100% virado para o travesseiro ou sempre do mesmo lado pode formar rugas estáticas devido à pressão e atrito causado pelo contato do rosto com o travesseiro. Dessa forma, acabamos envelhecendo mais assimetricamente, com demarcações mais profundas dos sulcos, das linhas e das rugas”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery).
É claro que não dormir ou dormir pouco não é uma opção para prevenir o aparecimento dessas rugas estáticas, afinal, o sono é fundamental para a saúde do organismo e da pele. “É durante o sono que o corpo entra em um modo regenerativo e construtivo. Então, é comum que o processo de envelhecimento seja acelerado por conta de problemas como a insônia ou má qualidade do sono, já que é nesse momento em que as células são renovadas e os radicais livres eliminados”, afirma o Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e médico voluntário no atendimento a casos suspeitos de Covid-19 no Hospital São Paulo. O recomendado então é ter entre sete a oito horas de sono e de forma consistente.
Porém, é possível prevenir as tais rugas do sono através de alguns cuidados básicos, como evitar dormir de um lado específico ou de bruços, optando sempre por dormir de barriga para cima. Mas para aqueles que não possuem o costume de dormir nessa posição e têm dificuldade em mudar a forma como dormem, principalmente porque é impossível controlar movimentos involuntários durante o sono, é possível adotar outras medidas para prevenir essas rugas. “É interessante, por exemplo, trocar fronhas de algodão por fronhas de cetim ou seda. Enquanto o algodão promove maior atrito na pele, o que facilita a formação de rugas e linhas de expressão, o cetim e a seda permitem que o rosto deslize sem tração, diminuindo o atrito e, consequentemente, a possibilidade de formação de rugas”, destaca a Dra. Beatriz Lassance. “Existem ainda travesseiros projetados especificamente para evitar essas rugas do sono, que são desenvolvidos de formar a reduzir o contato facial com o travesseiro, como os travesseiros para pescoço.”
Vale a pena também massagear levemente a face pela manhã, o que, além de ajudar na diminuição do inchaço matinal através da drenagem dos líquidos, também pode minimizar os efeitos da noite de sono. “Com o objetivo de revitalizar e rejuvenescer, a massagem facial previne e diminui rugas, melhora o tônus muscular e também hidrata. Dessa forma, ela tem efeito no rejuvenescimento facial, conservando a beleza cutânea”, afirma Isabel Luiza Piatti, especialista em Estética e Cosmetologia, embaixadora do CIA – Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, e Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC. Mas antes de iniciar a massagem facial o ideal é realizar uma rotina de cuidados com a pele, que também vai ajudar a combater a formação de rugas. “Comece limpando a pele em movimentos regulares com um sabonete. Em seguida, aplique uma loção tônica para normalizar o pH do tecido cutâneo e então um sérum ou creme do tratamento, dando preferência aos que contenham ativos antiglicantes, antiflacidez, anti-idade e aminoácidos para ajudar os fibroblastos a produzirem novas fibras de colágeno e elastina que vão preencher e dar sustentação à pele. Esses produtos devem ser aplicados com deslizamento longo por toda a região do rosto, pescoço e colo, até total absorção do produto”, recomenda a especialista.
Mas se quando a quarentena acabar você notar que as rugas na face estão mais acentuadas devido ao modo como você anda dormindo, vale a pena optar por procedimento estéticos para melhorá-las. Por exemplo, a aplicação de preenchedores injetáveis, como o ácido hialurônico, é uma ótima alternativa, pois, além de preencher as rugas, é capaz de melhorar a qualidade da pele como um todo. “Outra boa opção de tratamento são os skinboosters, injeções também à base de ácido hialurônico que promovem hidratação profunda da pele, tornando-a sedosa e com menos linhas finas”, afirma a Dra. Beatriz. Mas a médica ressalta que, no caso das rugas do sono, a aplicação de toxina botulínica não é eficaz, pois essas rugas não são formadas pela ação dos músculos e sim por compressão mecânica.
Já para quem tem preferência por tratamentos menos invasivos, os peelings são ideais para tratar as linhas do sono mais superficiais, pois promovem a renovação da pele. Lasers, como o Pro Collagen, Q-Switched, luz pulsada e outras tecnologias não invasivas como Eletroderme e Ultrassom 3D Solon também podem ser utilizados para tratar as rugas do sono, podendo até mesmo serem combinados para a obtenção de melhores resultados. “O Surgical Derm, nova ponteira da plataforma Solon, é uma boa opção, pois conta com um sistema de plasma endodérmico de baixa temperatura que permite o tratamento das rugas em poucas sessões. O equipamento é um plasma frio que entra na pele com um orifício muito fino e se espalha na derme. Com isso, há uma grande contração da pele, que reduz de forma eficaz a flacidez e rugas com resultado percebido já na primeira sessão. Além das rugas, o tratamento também melhora a textura e o brilho, ao mesmo tempo em que contrai o colágeno”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr. Porém, antes de optar por qualquer procedimento, o ideal é consultar um médico. “Apenas ele poderá avaliar sua pele e indicar os melhores tratamentos para o seu caso, podendo até mesmo recomendar a combinação entre procedimentos para tratar não só as rugas do sono, mas também outros sinais da idade, como linhas de expressão, manchas e flacidez”, finaliza a Dra. Beatriz Lassance.
