Os cabelos são a moldura do rosto e quando caem bate um desespero que compromete a autoestima. O problema que atinge homens e mulheres tem tratamento e deve ser levado a sério.
Perder os fios é natural desde que não ultrapasse, diariamente, 100 fios dos aproximadamente 150 mil que tem no couro cabeludo. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 80% dos homens manifestarão o problema até os 70 anos, e 30% das mulheres o terão até os 50 anos.
Estudos realizados nos últimos anos indicam que 10% dos casos ocorrem antes do homem atingir 20 anos; de 20% a 30% entre os 20 e 30 anos; e de 60% a 70%, após os 40 anos. Mas por que as quedas acontecem? O que fazer quando ultrapassa o normal e quais as novidades nas alopecias femininas?
A Dra. Michele Haikal, dermatologista especializada em medicina antienvelhecimento, esteve recentemente em Harvard para uma atualização e nos conta que não só a hereditariedade é um fator relevante. “Em uma família com pai, avô ou tios com calvície, a probabilidade de se desenvolver o quadro são de 25% na juventude e de 50% a partir dos 40 anos. Mas há também outros fatores como carências vitamínicas e estados inflamatórios do organismo que podem gerar o problema”, explica.
De acordo com a Academia Americana de Dermatologia, dos 2 bilhões de pessoas que sofrem de calvície, no mundo, mais de 100 milhões são mulheres e no Brasil, o problema acomete em média 40% da população feminina.
Nas mulheres entre as diversas causas podemos citar a alopecia androgenética feminina, deficiência de ferro, doenças infecciosas, doenças autoimunes (lúpus, líquen plano, artrite reumatoide, hipo ou hipertireoidismo, etc.), infecções no couro cabeludo, e várias carências vitamínicas que não costumam ser facilmente tratadas com poli vitamínicos gerais. Também podem ocorrer alterações hormonais importantes para o quadro, como a menopausa ou o eflúvio telógeno, a queda de cabelos que ocorre após a gravidez.
Alguns medicamentos como os usados em tratamentos de câncer, artrite, depressão, problemas cardíacos e pressão alta também podem levar a queda de cabelo em ambos os sexos e o estresse é um agravante a todas essas possibilidades.
Segundo a Dra. Michele Haikal, assim que se percebe uma queda incomum é necessário buscar ajuda médica porque o problema não é somente estético e pode indicar uma alteração de saúde, como no caso de deficiências vitamínicas que podem causar consequências futuras.
A boa notícia é que há opções de tratamentos. Com uma investigação do problema, o dermatologista irá escolher a melhor opção terapêutica para cada caso. Entre os tratamentos estão os medicamentos tópicos e orais, aplicações de injeções locais (intradermoterapia), lasers que podem ser utilizados para estimular o crescimento dos fios ou ainda o implante de cabelos.
“Em ambos os sexos os resultados dos tratamentos costumam ser muito satisfatórios dependendo do diagnóstico. É sim possível reverter muitos tipos de queda de cabelos com os tratamentos personalizados. Cada queda tem sua causa, e cada causa o seu tratamento específico. Por isso, é imprescindível uma boa dermatoscopia do couro cabeludo”, relata Dra. Michele Haikal, falando sobre um exame em que é ampliado em múltiplas vezes o couro cabeludo, facilitando o diagnóstico preciso.