A evolução dos equipamentos corporais e faciais de radiofrequência é acompanhada ano a ano por dermatologistas em congressos mundiais. Referência em tratamento para flacidez de pele, por aquecer o tecido e provocar a neocolagênese (estímulo a um novo colágeno, deixando a pele mais firme), a radiofrequência (que também é usada no tratamento de celulite e gordura) agora recebe um “upgrade” que promete inovação fora do comum. Trata-se do ThermiRF, equipamento que deve chegar esse ano ao Brasil. “A radiofrequência aplicada internamente é uma novidade que revoluciona e quebra paradigmas da técnica convencional, oferecendo multibenefícios”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Academia Americana de Dermatologia e Continuing Medical Education (CME) na Harvard Medical School.
ThermiRF é o primeiro equipamento aprovado pelo FDA (órgão federal de controle dos EUA) que utiliza radiofrequência com temperatura controlada. “Dependendo do tecido alvo, o médico pode definir a temperatura de tratamento atingindo seletivamente o desejado”. Segundo o fabricante, pela primeira vez, os médicos dermatologistas e plásticos são capazes de tratar uma variedade de condições de pele através da aplicação da ‘Ciência de Calor’, usando temperatura como um ponto final clínico e com a possibilidade de uma radiofrequência injetável. São quatro procedimentos para várias áreas do corpo.
ThermiTight — Radiofrequência injetável para flacidez de pele, com resultados reais em um único tratamento. “ThermiTight é o nome de um protocolo descrito como ‘dano controlado para enrijecimento da pele subdérmica’. O sistema ThermiRF é usado junto com uma pequena sonda térmica Smart Tip, que é inserido sob a pele para aquecer tecidos subcutâneos a uma temperatura específica. Durante o procedimento ThermiTight, as temperaturas internas são monitoradas e reguladas por um sistema de computador”, explica o fabricante. Além disso, a orientação da imagem térmica fornece ao médico a temperatura da superfície da pele em tempo real para assegurar a precisão do efeito de aquecimento, mantendo as temperaturas da pele segura.
A dermatologista explica que, após um pequeno volume de solução anestésica injetada na área a ser tratada, uma pequena sonda é inserida sob a pele. O médico então aplica movimentos suaves para aquecer os tecidos para o nível desejado. “A maioria dos tratamentos dura menos de uma hora; o procedimento é indolor e pode ser feito no pescoço, nos seios, nos braços, no abdômen, nas coxas e no joelho. O paciente volta às atividades normais no dia seguinte e os resultados aparecem após seis semanas”, explica.
ThermiRase — Radiofrequência injetável para linhas de expressão, o procedimento pode ser aplicado no pescoço e na testa e apresenta-se como uma alternativa de longo prazo para neurotoxinas. “ThermiRase é um procedimento microinvasivo para desativar os nervos que controlam os músculos responsáveis pela glabela (espaço entre as sobrancelhas) e linhas de expressão na fronte. É um procedimento que aplica energia de radiofrequência para os nervos selecionados. Em um estudo recente, o efeito da aplicação durou mais de um ano em cerca de 80% dos casos, validando assim a oportunidade para uma alternativa a longo prazo para a toxina botulínica”, enfatiza o fabricante.
A ação de ThermiRase se dá por meio de uma série de lesões térmicas, que são criadas ao longo das vias nervosas que controlam os músculos e causam linhas de expressão. O efeito é imediato. Primeiramente, o médico irá mapear os nervos utilizando um estimulador de nervo externo. Isso irá ajudá-lo a saber onde criar as lesões durante o procedimento. Em seguida, o médico insere a ponteira sob a pele e começa a criar lesões ao longo do trajeto do nervo mapeado. A aplicação é feita em três etapas: para estimular (localizar o nervo), injetar anestesia local e aplicar calor por cerca de um minuto. Este processo é repetido várias vezes.
ThermiSmooth face — Método suave, não invasivo e sem downtime (tempo de recuperação) que atua na flacidez, linhas de expressão e nas rugas do rosto. O aquecimento é feito na superfície da pele, após a aplicação de uma pequena quantidade de gel de acoplamento. “Os estudos clínicos revelam que o colágeno na pele se contrai quando aquecido a uma temperatura sustentada superior a 40ºC. Além disso, foi demonstrado que, quando a pele é aquecida a este nível, um processo inflamatório está envolvido, que pode estimular os fibroblastos para produzir novo colágeno durante um período de tempo”, explica a dermatologista. “O handpiece é suavemente movimentado de forma circular entregando quantidades precisas de calor, sem o risco de sobreaquecimento dos tecidos e de causar desconforto ao paciente.” Pode ser feito na testa, na área dos olhos, na bochecha e bigode chinês, além do pescoço. São necessárias de três a seis sessões, que remodelam o colágeno da face.
ThermiSmooth body — O procedimento é suave, realizado no corpo para tratar flacidez, celulite e gordura. “O aquecimento provocado pela aplicação da radiofrequência estimula a atividade metabólica melhorando a aparência da celulite e da gordura. O calor obriga os adipócitos a secretar ácidos graxos para os gânglios linfáticos e vasos sanguíneos, onde é filtrada para fora do corpo. Como os ácidos graxos são liberados, os adipócitos encolhem”, comenta Dra. Claudia. Para flacidez, os efeitos são duradouros na medida em que o calor estimula também a neocolagênese. Pode ser realizado em várias partes do corpo, inclusive glúteos, abdômen, flancos e coxas. A série de tratamentos deve ser feita de 6 a 8 semanas, tendo a vantagem de ser um procedimento indolor em que os pacientes sentem algo próximo a receber uma massagem.
Fonte: Dra. Claudia Marçal, dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.