RECURSOS
Dentre os recursos destacam-se a radiofrequência, a carboxiterapia, a luz intensa pulsada, os lasers não ablativos, os peelings químicos, entre outros. Todos com o objetivo de promover alterações, como a neocolagênese e a melhora da flacidez tissular, clareamento, aumento da hidratação, diminuição de gordura sobre o Monte de Vênus e o rejuvenescimento geral da região.
Muitas mulheres sofrem durante anos com disfunção miccional e, por desconhecimento ou vergonha de procurar tratamento, acabam por se descuidarem da região intima.
Esse problema impacta de forma
muito negativa a vida da mulher no aspecto psicológico, afetando a autoestima e
repercutindo em sua sexualidade.
O profissional que trabalha com a estética íntima deve
atuar de forma multidisciplinar e ser capaz de orientar a paciente com alguma disfunção, seja miccional ou coloproctológica, a procurar
atendimento especializado antes de iniciar o tratamento estético.
RADIOFREQUÊNCIA NA FLACIDEZ DOS GRANDES LÁBIOS
Entre os recursos tecnológicos
disponíveis para tratar a flacidez vulvar está a radiofrequência, uma radiação de espectro eletromagnético que atua gerando
calor nas camadas cutâneas.
Esse calor conduzido ao tecido estimula os fibroblastos. Seu efeito imediato é a retração da fibra colágena e
secundariamente a estimulação
da neocolagênese.
(ALISOND, 2016).
Além de promover a contração das fibras colágenas, tem ação fibrinolítica necessária para tratar fibroses.
Neste caso a temperatura deve ser entre 37°C e 38°C. (AGNE,
2013).
Nos tratamentos de flacidez vulvar a aplicação de radiofrequência é realizada em temperatura entre 40°C e 42°C e, mantidos durante o tempo de aplicação nessa temperatura, o calor intenso e súbito, estimula a proteína pelo choque térmico (HSP 47) localizada no interior dos fibroblastos provocando um efeito lifting imediato.
Posteriormente à contração das fibras colágenas inicia-se um processo inflamatório que estimula a produção de fibroblastos e a neocolagênese. (MANUSKIATTI, 2009, apud, DUARTE, 2012, p.6).
O tratamento com radiofrequência é muito eficaz em casos de flacidez tissular da região genital feminina, melhorando a flacidez vulvar, produzindo a volumização da região genital e conferindo aspecto rejuvenescido à área íntima.
APARELHOS DE RADIOFREQUÊNCIA
Existem no mercado aparelhos de radiofrequência capacitiva de superfície, permitindo o uso com preservativo. Há também os que não permitem o uso de preservativo, o que requer a compra de vários eletrodos, pois os mesmos necessitam ser esterilizados a cada uso. Os protocolos e parâmetros vão variar de acordo com o problema a ser tratado, a sensibilidade do paciente, o tipo de equipamento e outras variáveis. O profissional deve entender a fisiologia e a fisiopatologia do problema e sobretudo, ficar atento à sensibilidade do paciente. Os protocolos, portanto, devem ser personalizados.
MODALIDADES DE RADIOFREQUÊNCIA
A radiação pode ser transmitida de três formas distintas:
Indutiva: mais antiga, produz aumento da temperatura nos tecidos de forma desigual, aumentando os riscos de lesão; portanto, é considerada ultrapassada.
Capacitiva: eleva rapidamente a temperatura dos tecidos ricos em água, mais confortável para a cliente.
Resistiva: eleva facilmente a temperatura dos tecidos mesmo com baixa hidratação e não possui capacitor.
CLASSIFICAÇÃO DA RADIOFREQUÊNCIA
Monopolar: um único eletrodo no cabeçote.
Bipolar: dois eletrodos no cabeçote
Multipolar: vários eletrodos em um cabeçote (tri ou hexapolar).
Observação: *polar* é termo relativo ao número de eletrodos. Os polos existentes são o positivo e o negativo.
INDICAÇÕES
Flacidez cutânea (região genital/grandes lábios)
Gordura localizada (Monte de Vênus)
Cicatrizes
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS
▪ Portadores de marca-passo
▪ Aparelhos auditivos
▪ Gestantes
▪ Infecções genitais ou sistêmicas
▪ Câncer
▪
Próteses de metal no quadril/coluna.
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS
▪ DIU
▪
Alteração de sensibilidade
▪ Periodo menstrual
QUESITOS IMPORTANTES PARA O SUCESSO DO TRATAMENTO
▪ Capacitação do profissional (estética íntima)
▪ Anamnese detalhada
▪ Correto registro fotográfico
▪ Preparação da paciente
▪ Controle ideal da temperatura (usar o termômetro)
▪ Atentar para a sensibilidade de cada paciente
CONCLUSÃO
A
famosa obra de arte A origem do Mundo (1866), do virtuoso pintor francês Gustave Corbet,
exposta no Museo d’Orsay, na França, ainda
causa impacto e chega a ser vista como imprópria. Na obra, a descrição quase
anatômica da genitália feminina não é atenuada
por nenhum artifício
histórico ou literário.
Fica uma questão para reflexão: por que um nu artístico, datado de 1866, ainda
escandaliza?
Escolher trabalhar com estética
intima é romper
barreiras, desbravar um mundo novo, fazer arte, devolver a harmonia melhorando
as proporções, ter a sensibilidade para abordar o assunto de forma natural.
Devolver, enfim, o belo à A origem do Mundo.