No mundo, 125 milhões de pessoas têm psoríase. No Brasil, são 5 milhões de vítimas. Os números são da Sociedade Brasileira de Dermatologia e mostram que os esclarecimentos sobre a doença devem ser constantes para ajudar quem faz parte das estatísticas. O Dia Mundial da Psoríase, 29 de outubro, é apenas uma data para alertar quanto aos riscos e tirar todas as dúvidas, porém essa deve ser uma preocupação frequente dos profissionais em mostrar a realidade sobre essa doença.
Um dos focos dos especialistas deve ser desmistificar tanta informação falsa que se espalha por aí sobre a doença.
Sabia agora 7 verdades:
1 – Sem distinção: trata-se de uma doença inflamatória que não escolhe raça, sexo e idade. Atinge homens e mulheres, de todas as faixas etárias. Em geral, os primeiros sintomas aparecem entre os 20 e os 40 anos, no entanto essa não é uma regra.
Os pacientes relatam o surgimento de lesões e placas rosadas e/ou avermelhadas recobertas por escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. Curiosamente elas vão embora da mesma forma surpreendente com que chegam. Esses sinais se assemelham a micoses e dermatites, suspeitas que são afastadas após a avaliação e o diagnóstico do especialista.
Alguns se queixam de coceira, outros também de queimação. Nos estágios mais avançados, há relatos de dor.
E qual a explicação para tudo isso? O motivo seria uma espécie de ataque dos anticorpos às células fabricantes de queratina que, em resposta a esse ataque, se multiplicariam descontroladamente e, com isso, iniciariam um processo inflamatório.
2 – Partes diversas: há quem diga que psoríase só aparece nos braços e na barriga. Essa é uma falsa constatação. A doença afeta várias partes do corpo, como couro cabeludo, unhas e articulações (cotovelos).
3 – Origem desconhecida: não há ainda como se apontar a causa específica. Sabe-se que pode estar associada ao sistema imunológico. Afirma-se que, em boa parte dos registros, a hereditariedade está presente. O curioso é que no histórico familiar um parente pode ter psoríase ou uma outra doença autoimune. Quer exemplos? Tireoidite de Hashimoto e vitiligo. Observa-se ainda que alguns fatores externos, como tensão e estresse constantes, podem desencadear a patologia.
4 – Não pega com abraço: engana-se quem teme manter o contato físico com vítimas da psoríase por medo de se tornar mais um paciente. Essa doença não é transmissível. Tocar, cumprimentar, abraçar, acariciar e beijar o paciente não coloca a sua saúde em risco.
5 – Sol aliado: a exposição aos raios solares é, inclusive, uma das formas de tratamento. Vale ressaltar que se recomenda a exposição moderada, nos horários mais adequados e com o uso de protetores solares, no fator adequado para o tipo de pele do paciente. A exposição sem cuidados, em períodos inadequados e excessiva pode comprometer ainda mais a saúde do paciente.
6 – Não há cura: infelizmente, os estudos e as pesquisas ainda não colocaram um basta nessa doença. Porém, há vários tratamentos que aliviam os sintomas, amenizam as crises e evitam uma piora do quadro. Cabe ao dermatologista, após avaliar as características do paciente e o grau das lesões, escolher o melhor método. É aquela história de cada caso, um caso.
O profissional pode optar por produtos para hidratar a pele, medicamentos a serem aplicados apenas nas áreas com lesões, a exposição diária ao sol (com as devidas recomendações já citadas), imunomoduladores, corticoides ou substâncias à base de Vitamina D.
Ao lado disso, está a adoção de hábitos mais saudáveis, o que inclui, inclusive, uma alimentação balanceada e a ingestão de muita água.
7- Preconceito ainda atrapalha: essa é uma grande verdade. A doença, considerada grave, deixa não só marcas físicas como psicológicas e, com isso, compromete a qualidade de vida. Quem tem psoríase, além de lidar com as lesões no corpo, precisa enfrentar a discriminação que os sintomas provocam por conta da falta de informação. Quem não tem a doença, mas procura se informar sobre os sinais, os sintomas, o fato de que não há transmissão, já dá um grande passo para ajudar quem precisa não só da ajuda profissional para controlar a doença, mas necessita de parceria para viver em sociedade, sem barreiras.