Na busca pelos cabelos lisos e brilhantes, muitas pessoas acabam se submetendo às mais variadas rotinas de beleza, que incluem procedimentos químicos que podem por em risco a saúde.
É o que ocorre com o uso de alisantes que contêm formol ou que o liberam, como aqueles com ácido glioxílico. A dermatologista da SBD, Dra. Paula Del Nero, da capital paulista, alerta que muitas pessoas relatam irritações de pele, olho e vias respiratórias após contato com essas substâncias e que, dependendo da concentração e período de exposição, podem até mesmo levar ao óbito.
“Muitos profissionais lidam com essas substâncias no dia a dia e acabam se prejudicando, pois o contato frequente e prolongado pode causar alergias, enfraquecimento da visão, aumento do fígado e até levar ao surgimento de alguns tipos de câncer, como a leucemia e os de aparelho respiratório”, destaca a médica.
O consumidor também está em risco, pois dependendo da concentração do produto, o cabelo pode quebrar e até mesmo cair.
“A Sociedade Brasileira de Dermatologia notou que houve um aumento significativo de casos de reações relacionadas à presença do formol em cosméticos e lançou uma cartilha para alertar dos perigos do uso deste agente químico, que é proibido, inclusive”, diz Dra. Maria Paula, “muita gente não reconhece a presença do formol porque compra procedimentos com nomes bonitos que escondem seu uso, como escova inteligente, marroquina, egípcia ou de chocolate; detox capilar, entre outros”.
Os sintomas de contaminação podem incluir, dentre outros:
- Irritação, descamação, vermelhidão, dor e queimaduras na pele;
- Irritação, vermelhidão, dor, lacrimejamento e visão embaçada nos olhos, sendo que altas concentrações podem causar danos irreversíveis;
- Dor de garganta, irritação das narinas, tosse, dor de cabeça, enjoo, falta de ar, irritação e sensibilização do trato respiratório. Em casos graves, ferimentos nas vias respiratórias que podem causar edema pulmonar e pneumonia – e até morte.
A médica diz que o alisamento não está proibido, mas deve ser feito de forma racional e sempre em algum salão de confiança. Também é fundamental checar o que diz o rótulo do produto: se há registro na Anvisa, se está dentro do prazo de validade, qual há formol ou outra substância que o libere e qual a concentração, as restrições sugeridas pelo fabricante e outros alertas da empresa que produz o produto.